" História, o melhor alimento para quem tem fome de conhecimento" PPDias

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Fugindo da rotina ...


1. POLÍTICOS ANTES DA POSSE

Nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.

2. DEPOIS DA POSSE:

Basta ler o texto
DE BAIXO PARA CIMA....FRASE A FRASE

(Autor desconhecido, mas genial)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Governo Geral do Brasil - Mem de Sá

O poema do padre José de Anchieta retrata, com admiração e respeito, o momento da chegada de Mem de Sá à Bahia:

Mem de Sá
"Eis que, liberta dos perigos do mar e de há muito esperada, / uma esquadra fundeia na baía a que todos os Santos / legaram o nome. Trazia, salvo das faces do oceano, / um singular herói, de extraordinária coragem, / Mem, que do sangue de nobres antepassados / e de seiva ilustre de longa ascendência / herdara o sobrenome de Sá. Superiores aos anos, / ornam-lhe o rosto barbas brancas e majestosas: / alegres as feições, sombreadas de senil gravidade, / vivos os olhos, másculo o arcabouço do corpo, / frescas ainda, como de moço, as forças de adulto. / Muito mais excelente é a alma: pois lha poliram / vasta ciência, com a experiência longa do mundo, / e a arte da palavra bela."



Irmão do poeta Sá de Miranda, Mem de Sá descendia de nobres. Estudou direito na Universidade de Salamanca, graduando-se em 1528. Depois disso, exerceu o cargo de juiz em várias comarcas portuguesas. Foi designado pela rainha dona Catarina o terceiro governador-geral do Brasil e, em janeiro de 1558. assumiu o governo. Encontrou, ao chegar, uma situação política difícil, com a irrupção de vários levantes indígenas. Guerreou com os índios em Ilhéus e em Porto Seguro. 
Auxiliado pelos padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, conseguiu vencer a guerra contra os tamoios na capitania de São Vicente.
Embora tenha lutado também contra a fome e um surto de varíola que atingiu a Bahia, Mem de Sá realizou um governo de relativa paz e prosperidade.
Entre seus feitos mais notáveis está a expulsão dos franceses do Brasil, que tentavam se estabelecer em vários pontos do litoral. Em 1560, Mem de Sá organizou uma expedição à baía da Guanabara. Com pouquíssimos recursos, reuniu 120 portugueses e 1.140 índios e atacou o forte de Coligny, defendido por soldados franceses e mais de mil índios tamoios. Venceu a batalha e expulsou os franceses da região onde hoje fica o Rio de Janeiro.
A Coroa enviou a expedição de Estácio de Sá para reforçar a segurança na baía da Guanabara em 1563. Mem de Sá organizou a administração da cidade que ali se edificava e passou a prefeitura para seu sobrinho Salvador Correia de Sá, voltando, em seguida, à Bahia.
Em 1572, Mem de Sá dispôs-se a deixar o governo-geral e voltar para Portugal, com a chegada de seu substituto. No entanto, faleceu repentinamente. Seu corpo foi enterrado no cruzeiro da igreja dos jesuítas na Bahia.

Fonte: educacao.uol.com.br

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Memorial para uma revolução esquecida



Site reúne documentos e imagens sobre o levante de 1924 em São Paulo, um dos movimentos menos lembrados da história recente do país




O Arquivo Público do Estado de São Paulo criou uma exposição on-line sobre um dos capítulos menos conhecidos da história do tenentismo, a Revolução de 1924, movimento que durante quase um mês transformou a capital paulista em um campo de batalha entre os oficiais rebeldes e as tropas do governo do presidente Artur Bernardes, representante da política oligárquica do “café-com-leite”. A página, no ar desde o início de setembro, reúne documentos como processos criminais movidos contra os insurgentes, cartas dos líderes do movimento e jornais de época que noticiaram o combate na capital paulista.

A mostra, organizada pelo Núcleo de Ação Educativa da instituição, foi dividida em 11 seções que tratam de temas como os antecedentes da revolta, as estratégias políticas e militares adotadas pelos revolucionários e o rastro de destruição que o conflito deixou na capital do estado. Além disso, é possível consultar uma pequena lista de referências bibliográficas sobre o assunto selecionadas também pelo núcleo.

Um dos destaques do site fica por conta da seção “Atividades pedagógicas”. Nela, o internauta pode fazer download de 15 propostas educativas voltadas a alunos do ensino fundamental e médio. Em todas elas, o acervo do Arquivo do Estado é usado para promover discussões sobre o mais violento conflito já deflagrado na cidade de São Paulo.




Fonte: www.historiaviva.co.br

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Personalidades históricas: Machado de Assis



Conheça um pouco da biografia de um dos maiores escritores da língua portuguesa, Machado de Assis.

Governo Geral do Brasil - Duarte da Costa


Duarte da Costa foi o segundo representante da Coroa Portuguesa que controlou politicamente o Brasil no período dos governos gerais. Chegando ao território colonial em julho de 1553, ele veio para substituir o governador Tomé de Souza que havia pedido ao rei Dom João III para deixar o cargo concedido pela autoridade real. Em linhas gerais, sua administração teve que enfrentar diversos problemas que colocavam em risco a manutenção dos domínios lusitanos.
Na sua chegada ao Brasil, Duarte da Costa veio acompanhado por um grupo de padres jesuítas entre os quais estavam José de Anchieta e Manoel da Nóbrega. A atuação destes dois clérigos foi de grande importância no processo de formação dos primeiros centros urbanos e instituições de ensino da colônia. Paralelamente, a missão catequizadora destas duas figuras históricas também proporcionou um intenso contato com as populações indígenas.
No ano de 1555, Duarte da Costa enfrentou sérios problemas com a tentativa dos franceses em consolidar uma colônia na região do Rio de Janeiro. O conflito desenvolvido após a chegada dos franceses foi de extrema dificuldade, pois os invasores contavam com o apoio militar dos índios que lutavam contra a presença dos portugueses. Na verdade, a postura refletia a política nada amistosa de Duarte da Costa, que permitiu a utilização da mão-de-obra dos indígenas.
A postura menos amistosa com as populações nativas pretendia resolver os problemas enfrentados com a falta de escravos africanos a serem empregados nas lavouras de cana-de-açúcar. Entre outras ações, esse governo-geral organizou tropas que combateriam as tribos indígenas do Recôncavo Baiano, que se negavam a ceder território para os colonizadores lusitanos. Consequentemente, o governo teve grandes problemas com os clérigos que conduziam as atividades religiosas no território brasileiro.
Em um desses episódios, Álvaro da Costa, filho  do governador geral, foi duramente criticado pelo bispo Pero Fernandes Sardinha. A contenda entre as duas autoridades chamou a atenção da Coroa Portuguesa, que exigiu que o clérigo prestasse conta sobre as acusações onde denunciava o autoritarismo de Álvaro da Costa. Na viagem de volta a Portugal, o bispo Sardinha sofreu um naufrágio na região de Alagoas e acabou sendo morto e devorado por um grupo de índios caetés. 
Os vários problemas que marcaram a administração de Duarte da Costa acabaram dando fim ao seu governo. Dessa maneira, Duarte da Costa foi substituído pelo governador Mem de Sá no ano de 1558.

fonte: Brasil escola

domingo, 19 de setembro de 2010

Governo Geral do Brasil - Tomé de Sousa

O militar e administrador colonial português Tomé de Sousa, primeiro governador-geral do Brasil, empenhou-se em tornar efetiva para a coroa a ocupação das terras brasileiras.
Tomé de Sousa
Tomé de Sousa nasceu em Portugal no século XVI. De origem nobre, era primo de D. Antônio de Ataíde, primeiro conde de Castanheira, e de Martim Afonso de Sousa, íntimos do rei D. João III. Serviu de 1527 a 1532 numa base portuguesa na costa setentrional do Marrocos. Em 1535 comandou, em missão à Índia, a nau Conceição, da armada do capitão-mor Fernando Peres de Andrade. Nessas missões demonstrou a prudência e o tino político que ajudaram a impulsionar sua carreira. Após o fracasso do regime de capitanias hereditárias instituído no Brasil pela coroa, foi nomeado para o governo geral, com sede na Bahia, como autoridade local suprema e representativa do soberano, à qual os donatários estavam sujeitos.
Em 1º de fevereiro de 1549 Tomé de Sousa partiu do Tejo com cinco naus, duas caravelas e um bergantim, além de mil homens, entre colonos, 600 degredados e seis jesuítas liderados pelo padre Manuel da Nóbrega. A esquadra avistou a Bahia em 27 de março do mesmo ano. Dois dias depois, Tomé de Sousa desembarcou junto às ruínas da capela da Vitória, mas no mês seguinte mudou o acampamento para lugar mais alto e protegido. Ali fundou a nova capital, Salvador, solenemente instalada no dia de Todos os Santos. Mandou construir casas cobertas de palha e uma paliçada, logo substituída por muralha de taipa. Dentro do quadrilátero, Nóbrega erigiu a capela de Nossa Senhora da Ajuda, que seria a primeira matriz. Em quatro meses Salvador possuía uma centena de casas e prosperavam a criação de gado oriundo de Cabo Verde e o cultivo de cana-de-açúcar.
Chegada de Tomé de Souza ao Brasil

O governador-geral mandou inspecionar as capitanias do sul em 1550 e visitou-as em 1553. Na capitania de São Vicente, elevou à categoria de vila a povoação de Santo André da Borda do Campo e mandou construir na ilha de Santo Amaro o forte de São Filipe. Organizou a administração portuguesa no Brasil, melhorou as fortificações, distribuiu sesmarias e pôs ordem no comércio com os índios. Voltou a Portugal em 28 de janeiro de 1553, e foi nomeado provedor da Fazenda. Tomé de Sousa morreu em Portugal depois de 1573.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Joaquim José da Silva Xavier era um simples alferes sem posses?

André Figueiredo Rodrigues

Tiradentes não era uma pessoa pobre, como muitos imaginam. Antes de ingressar na carreira militar, envolveu-se em diversas atividades econômicas: foi mineiro, tropeiro e proprietário de terras.
Em 1781, comandou a construção do Caminho do Menezes, que atravessava a Serra da Mantiqueira. Ao verificar as riquezas minerais de rios e córregos da região, solicitou o direito de explorar 80 datas minerais. Recebeu do comandante do distrito autorização para explorar 43 lavras.
Até ser preso pela devassa da Inconfidência, em 1789, Tiradentes explorava aquelas terras. Foi possivelmente com os lucros obtidos nessa mineração que pôde emprestar ao cadete José Pereira de Almeida Beltrão 200 mil-réis, e a Luís Pereira de Queirós, a quantia de 220 mil-réis, encontrados no seqüestro de seus bens. A dívida do primeiro correspondia ao valor médio de 30 vacas leiteiras ou ao de uma fazenda de médio porte na região dos sertões. Acredito que somente com o soldo de militar (142$350 réis anuais), Tiradentes não se sustentaria. Em 1757, recebeu de sua mãe, Antônia da Encarnação Xavier, uma herança no valor de 965$774 réis.
A devassa descobriu, quase um mês após o seqüestro de seus bens, que Tiradentes era dono de um sítio de aproximadamente 50 quilômetros quadrados na Rocinha da Negra, no porto do Meneses.
Por esses dados, creio que Tiradentes era um homem de posses, e não um homem pobre.

André Figueiredo Rodrigues é doutorando em História pela Universidade de São Paulo e autor do livro O clero e a Conjuração Mineira (Humanitas FFLCH/USP, 2002).
 Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional

Personalidades históricas: Thomas Malthus

O economista e demógrafo britânico Thomas Malthus ficou conhecido sobretudo pela teoria segundo a qual o crescimento da população tende sempre a superar a produção de alimentos, o que torna necessário o controle da natalidade.
Thomas Malthus
Thomas Robert Malthus nasceu entre 14 e 17 de fevereiro de 1766, em Rookery, Surrey, Inglaterra. Seu pai era amigo do filósofo David Hume e seguidor ardoroso de Jean-Jacques Rousseau. O jovem Malthus fez seus primeiros estudos na casa paterna e, em 1784, ingressou no Jesus College, de Cambridge, onde se formou quatro anos mais tarde. Ordenou-se sacerdote da Igreja Anglicana em 1797.
Em 1798, Malthus publicou anonimamente seu Essay on Population (Ensaio sobre a população), no qual afirma que a população cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos aumenta em progressão aritmética. A solução para evitar epidemias, guerras e outras catástrofes provocadas pelo excesso de população, consistiria, segundo ele, na restrição dos programas assistenciais públicos de caráter caritativo e na abstinência sexual dos membros das camadas menos favorecidas da sociedade.
Malthus era um pessimista que considerava a pobreza como um destino ao qual o homem não pode fugir. Sua obra foi ao mesmo tempo criticada e aplaudida. Enquanto alguns setores da sociedade o acusavam de ser cruel, indiferente e até mesmo imoral, economistas de renome apoiavam suas teorias. Na segunda edição da obra, de 1803, Malthus modificou algumas teses mais radicais da primeira edição. Com o tempo, o "malthusianismo" foi incorporado à teoria econômica, atuando como freio de teses mais otimistas. Na segunda metade do século XX, os problemas demográficos mundiais revitalizaram as concepções de Malthus, embora a agricultura intensiva tenha permitido aumentos de produção muito maiores do que os previstos por ele.
A partir de 1805 Malthus tornou-se professor de história e economia política em Haileybury. Eleito membro da Royal Society em 1819, nos anos seguintes recebeu grande número de homenagens e honras acadêmicas. Malthus morreu em Saint Catherine, Somerset, em 23 de dezembro de 1834.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Abolição da escravatura - Lenta e gradual

Princesa Isabel

A abolição da escravatura no Brasil, que alterou de imediato a estrutura de produção agrícola e, a longo prazo, as fórmulas sociais e étnicas pelas quais se compôs a população do país, não foi um simples gesto magnânimo do poder imperial imbuído de princípios humanitários. Lentamente preparada por sucessivos avanços ao longo do século XIX, a abolição decorreu, isto sim, da inevitável conjunção de dois fatores de peso: as pressões externas da política inglesa, que de há muito se opunha ao tráfico escravista, e as pressões internas de um grande movimento popular, o abolicionismo, cujas origens remontam aos quilombos e às revoltas de africanos iniciadas ainda no período colonial.
Do ponto de vista estritamente legal, a abolição concretizou-se em 13 de maio de 1888, um domingo, quando a princesa Isabel, então regente do império, sancionou a lei no 3.353, que concedeu liberdade imediata a todos os escravos existentes no Brasil e se tornou conhecida como a Lei Áurea. Resultante de projeto lido pelo ministro da Agricultura, Rodrigo Silva, em nome da princesa regente e do imperador D. Pedro II, na sessão da Câmara dos Deputados do dia 8 de maio de 1888, a lei da abolição não previa nenhuma compensação para os proprietários de escravos e era de uma concisão exemplar. Constava de apenas dois artigos e estava assim redigida: "Art. 1o. É declarada extinta a escravidão no Brasil. Art. 2º. Revogam-se as disposições em contrário."

Primeiros abolicionistas. Na segunda década do século XIX, havia no Brasil cerca de 1.200.000 escravos negros, contra apenas três milhões de habitantes livres e brancos. A agricultura de exportação, totalmente dependente da mão-de-obra escrava, resistia a mudanças nesse quadro, opondo-se não só à libertação dos cativos como também ao fim do tráfico. Toda a estrutura escravocrata da economia brasileira foi contestada porém no exterior, desde o século XVIII, por não ser compatível com novas concepções internacionais sobre o trabalho, já então em vigor.
O mais antigo abolicionista do Brasil, segundo as Efemérides do barão do Rio Branco, foi o padre português, residente na Bahia, Manuel Ribeiro da Rocha, que em seu Etíope resgatado (1757) se antecipou às idéias abolicionistas propostas pelos ingleses Thomas Clarkson (1786) e William Wilberforce (1788).
O combativo jornalista Hipólito José da Costa, radicado em Londres desde que conseguira evadir-se dos cárceres da Inquisição (fora preso por ser maçom), atacou o problema da escravatura no instante mesmo em que a família real portuguesa, para escapar da invasão napoleônica, se refugiou no Brasil. Já em 1809, ele escreveu em seu Correio Braziliense: "Se o governo do Brasil remediar este mal, os filantropos lhe perdoarão todos os mais."
A geração da independência -- Hipólito José da Costa, José Bonifácio, Caldeira Brant e o próprio imperador D. Pedro I -- era adversa à escravidão, mas temia que o país se desorganizasse se a cessação do tráfico de africanos não fosse precedida, em prazo razoável, pela reorganização do trabalho.

Extinção do tráfico. Depois da independência, o tráfico continuou, como se o Brasil ignorasse o Congresso de Viena (1815) e o tratado de 1817, que fixou medidas de repressão ao comércio de escravos a serem executadas em conjunto por autoridades britânicas e portuguesas.
A Inglaterra, que então dominava os mares e a metade do montante do comércio mundial, não desistiu porém de suas pressões. Em conseqüência disso, o Brasil foi forçado a firmar o tratado de 3 de novembro de 1826, que marcou um prazo de três anos para a completa extinção do tráfico. Em cumprimento a esse tratado, foi promulgada a lei de 7 de novembro de 1831, que libertava os escravos desembarcados no Brasil. Tal lei nunca seria aplicada e o tráfico, com a complacência do governo, prosseguiu a todo vapor.
A partir de 1845, com a chamada Aberdeen bill, o tráfico recrudesceu, porque os fazendeiros do setor agro-exportador (Nordeste e Sudeste), temendo o fim da importação de escravos, resolveram fazer estoques. A Aberdeen bill passou então a sujeitar aos tribunais britânicos os navios brasileiros que operavam no tráfico. Em abril de 1850, cruzadores ingleses chegaram a apreender navios contrabandistas até dentro de águas territoriais e portos brasileiros. Logo depois, em 14 de outubro, o ministro da Justiça, Eusébio de Queirós, assinou a lei que pôs fim ao tráfico clandestino de africanos para o Brasil.
Com a extinção do tráfico, o capital investido no comércio negreiro desviou-se para outras atividades. Surgiram então os bancos emissores, as companhias de imigração e colonização, as empresas de estradas de ferro. Seria a hora de acabar de vez com a escravidão, não fosse a reação dos fazendeiros, que se encastelaram na defesa de seus interesses ameaçados. Sob esse clima, não teve maior repercussão o projeto do deputado Pedro Pereira da Silva Guimarães (1850 e 1852), que concedia liberdade aos nascituros.

O movimento ganha força. Na verdade, só um decênio após a Lei Eusébio de Queirós o movimento emancipacionista adquiriu novo alento, graças sobretudo à ação do Instituto dos Advogados. Foram abolicionistas todos os presidentes do Instituto, parlamentares ou não, como Carvalho Moreira, Silveira da Mota, Urbano Pessoa, Perdigão Malheiros e, mais adiante, Nabuco de Araújo e Saldanha Marinho.
Em 1863, os Estados Unidos decretaram a libertação de seus escravos. Três anos depois, D. Pedro II encaminhou a seus ministros um apelo que recebera, no mesmo sentido, da Junta Francesa de Emancipação. O Conselho de Estado iniciou em seguida o estudo do problema, com base em cinco projetos elaborados por Pimenta Bueno (depois visconde e marquês de São Vicente).
Ao serem debatidos os projetos de Pimenta Bueno, o conselheiro Nabuco de Araújo lembrou uma série de medidas que alterariam por completo as relações ainda vigentes entre senhores e escravos: a liberdade dos nascituros, a garantia do pecúlio, a supressão dos castigos corporais e a alforria invito domino, ou seja, mesmo contra a vontade do senhor. Nabuco de Araújo chegou até a propor a criação de um fundo de emancipação, destinado à concessão de alforrias de caráter compulsório, tendo em vista os motivos de saúde, comportamento e serviços prestados.
A guerra do Paraguai tornou inadiáveis algumas dessas medidas. No recrutamento de tropas, o Exército e a Marinha tiveram de apelar para o concurso dos negros, que deixaram de ser simples máquinas agrícolas para se transformarem em "voluntários da pátria".
O processo se acelera. Dois decretos assinados por Zacarias de Góis e Vasconcelos refletiram com clareza a precipitação dos acontecimentos. O primeiro, de 6 de novembro de 1866, concedia liberdade gratuita aos escravos designados para o serviço do Exército; o outro, de 28 de março de 1868, mandava proceder à matrícula geral dos escravos. Esse último, em especial, abriu espaço para numerosas demandas interpostas por advogados que foram grandes abolicionistas, como Saldanha Marinho, no Rio de Janeiro, e Luís Gama, em São Paulo.
A ofensiva forense foi intensa. Em 1871, por exemplo, o jovem advogado José Joaquim Peçanha Póvoas propôs 1.604 ações contra senhores que obrigavam escravas à prática da prostituição, obtendo 729 alforrias.
As etapas seguintes do movimento antiescravista foram marcadas pela Lei do Ventre Livre, de 28 de setembro de 1871, permanentemente fraudada, e a Lei dos Sexagenários, de 28 de setembro de 1885. De acordo com a primeira, a partir dela os filhos de mãe escrava seriam livres; pela segunda, os maiores de sessenta anos ganhariam alforria.
Aos poucos, o abolicionismo ganhava impulso no país. No Ceará, os jangadeiros que faziam o transporte de outros portos nordestinos para Fortaleza negaram-se a levar escravos. Em 1844 a própria província do Ceará aboliu a escravatura em seu território, gesto seguido no mesmo ano pela província do Amazonas e por três municípios da província do Rio Grande do Sul.
Quando da aprovação das leis do Ventre Livre e dos Sexagenários, achava-se no poder o Partido Conservador, ao qual competia, quase sempre, aplicar as reformas propostas pelo Partido Liberal. A questão servil não constava, entretanto, do programa de nenhum dos partidos. Houve conservadores, como Andrade Figueira, que nunca mudaram sua intransigente posição contra os avanços emancipacionistas. Muitos liberais, por sua vez, discordaram do ponto de vista expresso por Rui Barbosa no famoso Parecer sobre a reforma do elemento servil (1884).
De fato, o abolicionismo foi um movimento à margem dos partidos políticos, que sensibilizou as parcelas mais esclarecidas da população e forneceu temas polêmicos a numerosos poetas, como Fagundes Varela e Castro Alves. Em sua fase decisiva, a campanha que culminou no 13 de maio foi impulsionada por entidades civis, como a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, de André Rebouças, e a Confederação Abolicionista, de João Clapp, ambas no Rio de Janeiro, ou por organizações secretas e até subversivas, como o Clube do Cupim, de José Mariano, no Recife, e os Caifases, de Antônio Bento, em São Paulo.
Lei Áurea - 13 de maio de 1888.
No papel de relevo que coube à imprensa, destacaram-se os grandes jornais do Rio de Janeiro: a Gazeta de Notícias, de Ferreira de Araújo; O País, de Quintino Bocaiúva, notadamente pela seção que nele mantinha Joaquim Serra; a Gazeta da Tarde, de Ferreira de Meneses e José do Patrocínio; e a Revista Ilustrada, de Ângelo Agostini.
Advogados, jornalistas, estudantes, escritores e funcionários constituíram a vanguarda do movimento abolicionista. A ela se integraram os oficiais do Exército, após memorável reunião do Clube Militar em outubro de 1887, que dirigiram à princesa regente um apelo para que os soldados não fossem obrigados à "captura de pobres negros que fogem à escravidão".
A abolição decorreu, portanto, de um movimento de opinião que se sobrepôs aos partidos e aos próprios grupos monárquicos, nos quais prevalecia quase sempre a vontade da classe mais rica e poderosa, a dos senhores de escravos. Em suma, a abolição foi feita pelo povo. Por aqueles que pertenciam ao "partido dos que não tinham nada a perder", segundo a frase cáustica do parlamentar liberal Martinho Campos, que se intitulava, cheio de orgulho, um "escravocrata da gema".
Missa campal de Ação de Graças, no Rio de Janeiro, reúne a Princesa Isabel e cerca de vinte mil pessoas, celebra a abolição, no dia 17 de maio de 1888.


ABOLICIONISMO NO BRASIL - SÉCULO XIX


Tratado de Aliança e Amizade, 1810
Assinado entre o Governo de Portugal e a Inglaterra, uma de suas cláusulas previa a abolição gradual do trabalho escravo na Colônia e a limitação do tráfico às colônias portuguesas na África.

Alvará de 24 de novembro de 1813

Regulou a capacidade interna dos navios empregados no tráfico de escravos.

Convenção de 22 de janeiro de 1815
Determinou o cessamento do tráfico de escravos ao norte da linha do equa­dor, retirando do alcance de Portugal fontes de abastecimento de negros como a Costa da Mina. Portugal consente em delinear com a Inglaterra um futuro tratado para a abolição total do tráfico.

Tratado entre os governos da Inglaterra e Portugal, 28 de julho de 1817

Em reunião complementar à convenção de Viena, foi reforçada a proibição parcial do tráfico de escravos. Este ficava limitado a navios portugueses bona fide e restrito aos territórios portugueses ao sul do equador. O governo por­tuguês comprometia-se a fiscalizar a área de tráfico considerada ilegal e con­cedia também à Inglaterra o direito de visita e busca em navios suspeitos de tráfico ilícito.

Lei de 20 de outubro de 1823
Criou os Conselhos Provinciais e o cargo de presidente de Província, atri­buindo a ambos (art. 24) promover o bom tratamento dos escravos e pro­por arbítrios para facilitar a sua lenta emancipação.

Carta de lei de 23 de novembro de 1826
Estabeleceu o prazo de três anos para o encerramento do tráfico de escra­vos, a contar da data da ratificação. A ratificiação ocorreu em 1827.

Lei de 7 de novembro de 1831
Proibiu o tráfico de escravos para o Brasil, considerando livres todos os ne­gros trazidos para o Brasil a partir daquela data. As pessoas acusadas de tráfi­co e importação de escravos recebiam penalidades, de acordo com o Código Criminal, pelo crime de reduzir pessoas livres à escravidão.

Lei n0 4, de 10 de junho de 1835
Punia, inclusive com pena de morte, os escravos que matassem, ferissem ou cometessem qualquer ofensa física contra os seus senhores.

Bill Aberdeen, 8 de agosto de 1845
Lei inglesa que considerou o tráfico pirataria e autorizou a Marinha bri­tânica a capturar os navios transgressores, mesmo em águas territoriais brasileiras.



Lei de 4 de setembro de 1850 (Lei Eusébio de Queirós)
Determinou a extinção do tráfico de escravos para o Brasil, prevendo puni­ção apenas para os introdutores julgados pelos auditores da Marinha. Os fa­zendeiros envolvidos deveriam ser julgados pela justiça local.

Decreto nº 731, de 5 de junho de 1854
Ampliava a competência para julgamento dos auditores da Marinha e deter­minava a punição, processo e julgamento do cidadão brasileiro ou estrangei­ro envolvido em tráfico de escravos.

Lei 2.040, de 28 de setembro de 1871 (Lei Rio Branco ou Lei do Ven­tre-Livre)
Declarou livres os filhos de escravos nascidos a partir daquela data. Deno­minados ingênuos, deveriam permanecer oito anos em poder do proprietá­rio de sua mãe. Findo este prazo, o proprietário poderia libertá-lo, receben­do indenização de 600 mil réis, ou utilizar os seus serviços até completarem 21 anos de idade. A lei criou também o Fundo de Emancipação, cujos re­cursos seriam utilizados para libertar anualmente um certo número de escra­vos. E ordenou a matrícula de todos os escravos, cujos dados (origem, sexo, idade etc.) serviriam para o cálculo da indenização aos proprietários.

Lei provincial, de 25 de março de 1884
O presidente do Ceará, Sátiro Dias, declara extinta a escravidão na provín­cia (primeira a fazê-lo) atribuindo o fato essencialmente ao esforço das soci­edades libertadoras locais.

Lei 3.270, de 28 de setembro de 1885 (Lei Saraiva-Cotegipe ou Lei dos Sexagenários)
Regulava a extinção gradual do elemento servil, libertando os escravos de mais de 60 anos. Estes ficavam sujeitos, no entanto, a prestar serviços aos seus senhores por três anos (ou até completar 65 anos), a título de indenização pela alforria.

Lei 3.310, de 15 de outubro de 1886
Aboliu a pena de açoites de escravos, ao revogar o art. 60 do Código Crimi­nal e a Lei n0 4, de 10 de junho de 1835, na parte referente ao assunto. O escravo ficaria sujeito às mesmas penas estabelecidas pelo Código Crimi­nal e à legislação em vigor.

Lei n0 3.353, de 13 de maio de 1888 (Lei Áurea)
Declarou extinta a escravidão em todo o país.

domingo, 12 de setembro de 2010

História e Cinema: Guerra Fria


Mesmo não sendo propriamente um conflito, a Guerra Fria manteve o mundo em tensão desde o fim da Segunda Guerra Mundial, na década de 1940, até a queda do Muro de Berlim, no final dos anos 1980. E é sobre o tema que o GUIA escolheu três filmes. Jogos de Poder mostra como os EUA armaram as milícias islâmicas do Afeganistão, numa tentativa de barrar a influência comunista daUnião Soviética na região. Boa Noite e Boa Sorte retrata a perseguição aos supostos comunistas norte-americanos, durante o chamado “macarthismo”. Já Adeus, Lênin! traz a história de uma alemã, habitante da Alemanha Oriental, que entra em coma um pouco antes da queda do Muro. Ao acordar, anos depois, ela teria que encarar a realidade de um país já integrado ao mundo capitalista.

Filme: Jogos de Poder
Mike Nichols (
EUA, 2007)
Em 1979, a União Soviética invade o Afeganistão. Para barrar a presença comunista na região, os EUA decidem agir. E aí que entra o deputado Charlie Wilson. Ele é convidado por Joanne, uma milionária cristã conservadora, a angariar fundos para armar as milícias islâmicas do Afeganistão, em luta contra os invasores. Na companhia de um agente da CIA, Wilson convence governantes islâmicos a ajudar a recrutar homens para lutar nas montanhas afegãs. 

As negociações dão certo, e o apoio militar dos 
EUA se concretiza com o envio de dinheiro, a compra de armas e o treinamento de guerrilheiros afegãos. Uma adaptação do livro Charlie Wilson’s War, de George Crile, baseado em fatos reais, o filme permite tomar contato com dez anos de história afegã, período de disseminação dos mujahedins (milícias islâmicas)



Filme: Boa Noite e Boa Sorte
George Clooney (
EUA, 2005)
Em plena Guerra Fria, em 1953, o jornalista Edward R. Murrow revela as estratégias e mentiras que o senador Joseph McCarthy usava para perseguir supostos comunistas norte-americanos, no período batizado de “macarthismo”. Como resposta a Murrow, o senador passa a pressionar o jornalista, ignorando os direitos de resposta a eles oferecidos no jornal.

Mais do que mostrar a guerra de ideologias e a perseguição a quem pensasse diferente, o longa levanta questões importantes, como a própria liberdade de expressão e o papel das comunicações na formação de uma nação. Também é uma amostra de como a liberdade é um conceito subjetivo em mídias que são mantidas com dinheiro proveniente de empresas anunciantes. 




Filme: Adeus, Lênin!
Wolfganger Becker (Alemanha, 2003)
Pouco antes da queda do Muro de Berlim, em 1989, Christine Keller, uma comunista devota, nascida na Alemanha Oriental, entra em coma. Ela desperta anos depois, em meados dos anos 1990, quando o país já vivia a realidade do capitalismo. O filho de Christine, Alexander, preocupado que sua mãe adoeça novamente ao descobrir a nova situação política da Alemanha, elabora um plano para que ela acredite que tudo continua como antes.

Com a ajuda de amigos, Alex, como é chamado, troca embalagens de alimentos, usa roupas diferentes e até cria um telejornal, tudo para reviver os tempos do comunismo. O filme mostra as mudanças que o país enfrentou com o fim do regime comunista da Alemanha oriental e a reunificação da Alemanha.





Fonte: www.guiadoestudante.abril.com.br



Dica do História Pensante:


Filme: Treze dias que abalaram o mundo



Em outubro de 1962 um avião U-2, que fazia vigilância de rotina, tira fotos que revelam que a União Soviética está em processo de colocar uma plataforma de lançamento de armas nucleares em Cuba. Estas armas terão a capacidade de destruir em minutos a maior parte do leste e sul dos Estados Unidos quando ficarem operacionais. O presidente John F. Kennedy (Bruce Greenwood) e seus assessores têm de pôr um plano de ação contra os soviéticos. Kennedy está determinado em mostrar que ele é forte o bastante para resistir a ameaça e o Pentágono aconselha o exército dos Estados Unidos a contra-golpear, o que poderia levar a uma outra invasão norte-americana em Cuba. Entretanto, Kennedy está receoso em levar a cabo esta operação, pois uma invasão norte-americana poderia fazer com que os soviéticos partissem para a retaliação na Europa. Por treze dias o destino da humanidade esteve nas mãos de um grupo reunido no salão oval na Casa Branca, pois a possibilidade de uma guerra nuclear era real e navios soviéticos rumavam para Cuba levando o material que faltava para terminar a plataforma  de lançamento, que estava sendo construída em ritmo acelerado. Com a situação cada vez mais tensa, qualquer ato impensado poderia provocar um conflito armado de conseqüências devastadoras.
Leia também: Descrição 1 , Descrição 2.

Veja também:

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