" História, o melhor alimento para quem tem fome de conhecimento" PPDias

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Os Caifases


Antonio Bento de Souza e Castro
(1843-1898)
Os caifases foram organizados por Antônio Bento, filho de um farmacêutico, nascido em são Paulo em 1841. Bento frequentara a Faculdade de Direito e depois de formado fora juiz de paz e juiz municipal. Nos cargos que ocupou, procurou sempre defender os escravos seguindo os passos de Luís Gama. Profundamente religioso, colocou a religião a serviço dos escravos e da sua emancipação. Desde jovem, participou do movimento abolicionista. Organizou uma sociedade secreta  com sede na confraria dos homens negros da Igreja Nossa Senhora dos Remédios, em São Paulo. reunia um grupo de pessoas pertencentes às mais variadas camadas sociais: negociantes como Abílio Soares e Costa Moreira, farmacêutico como Luís Labre e João Cândido Martins, advogados, jornalistas, operários, cocheiros, artesãos e estudantes da Faculdade de Direito, brancos, pretos e mulatos. Em seu jornal, A Redempção, concitava o povo a combater a escravidão com todos os meios de que dispunha.
         Os caifases denunciavam pela imprensa os horrores da escravidão, defendiam na justiça a causa dos escravos, faziam atos públicos em favor da sua emancipação, coletavam dinheiro para alforrias e protegiam escravos fugidos. Suas atividades não paravam aí. Perseguiam também aos capitães-do-mato incumbidos de apreender escravos fugidos, sabotavam a ação policial e denunciavam os abusos cometidos por senhores, expondo-os à condenação pública. Procuravam, ainda através da imprensa e da propaganda, manter a população constantemente mobilizada.
         Os caifases operavam tanto em São Paulo quanto no interior das províncias instigando os escravos a fugir, fornecendo-lhes os meios, protegendo-os durante a fuga. Retiravam-nos das fazendas onde viviam como escravos, para emprega-los em outras como assalariados. Encaminhavam-nos para pontos seguros, onde os escravos poderiam escapar à perseguição de seus senhores. Um destes lugares era o famoso Quilombo Jabaquara, que se formara nos morros dos arredores de Santos. Este quilombo chegaria a reunir mais de 10.000 escravos fugidos. Emília Viotti da Costa. A Abolição. São Paulo, global, p.83-84.

domingo, 23 de outubro de 2011

Brasil e a Inquisição

As heranças da Inquisição, presentes até hoje no Brasil, podem ser reavivadas com a reforma do Código de Processo Penal

Cristina Romanelli

  • Quadro de uma pessoa sendo queimada na fogueira. Wikimedia Commons
    Quadro de uma pessoa sendo queimada na fogueira. Wikimedia Commons
    A Inquisição em Portugal e nas colônias pode ter acabado oficialmente em 1821, mas, pelo menos no Brasil, suas chamas continuam acesas, ainda que discretamente. Em breve, a Câmara dos Deputados terá a chance de reavivá-las. Nada de perseguições, torturas ou bruxaria: o único instrumento necessário é um projeto de reforma do Código de Processo Penal, já aprovado pelo Senado. Como em uma viagem no tempo, o projeto propõe a criação de um modelo de juiz que surgiu nos primórdios da Inquisição espanhola e nunca mais foi utilizado. Diferentemente do sistema atual, esse juiz passa a poder apresentar provas a favor do réu.
    O chamado “juiz-defensor” era importante para neutralizar um depoimento de acusação que tivesse o objetivo de prejudicar o réu. Ele surgiu nas Instruções do primeiro inquisidor-geral espanhol, Tomás de Torquemada, em 1484. Mas, e hoje? Qual seria o benefício desse tipo de juiz para a Justiça brasileira? “Não sei qual o lado bom, pois esse juiz é tendencioso, já nasce tendo que proteger o réu. Mas se você for acusado, vai preferir um juiz que fique do seu lado ou um juiz isento? Daí dá para se ter uma ideia de quem propôs isso”, ironiza Mauro Fonseca Andrade, promotor de Justiça do Rio Grande do Sul e autor de Inquisição espanhola e seu processo criminal – As Instruções de Torquemada e Valdés (2006).

    'Juiz-defensor' criticado
    O projeto ainda não tem data para ser analisado na Câmara, mas já vem sendo criticado por vários juristas e organizações. “O sistema judiciário brasileiro não tem juízes suficientes; essa ideia está fora da realidade. Além disso, o juiz tem que ser imparcial; essa mudança vai contra os princípios da democracia brasileira”, protesta Gabriel Wedy, presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros.
    Talvez a criação da figura do juiz-defensor nunca seja aprovada. De qualquer modo, ela seria só mais lenha na fogueira, pois no Brasil não faltam heranças da Inquisição – e a Justiça concentra boa parte delas. Dois exemplos positivos são a concessão de defensor público a quem não tem dinheiro para pagar um advogado e a figura do Ministério Público, criada na esfera inquisitorial, mas ainda no fim da Idade Média. Naquela época, a Igreja e a Coroa tinham uma espécie de funcionário chamado “fiscal”, encarregado de apresentar acusações à Inquisição. “Isso acontecia justamente porque os particulares não tinham intenção ou então tinham medo de acusar quem cometia algum crime ou praticava heresia”, explica o promotor Andrade. Ainda hoje, na Espanha, o nome do órgão equivalente ao nosso Ministério Público é Ministerio Fiscal.
    O segredo de processo é outra herança desse período. Na Idade Média, ele era uma forma de os inquisidores manterem maior controle sobre as ações. Antes disso, os julgamentos eram públicos e chegavam a ter a presença de até seis mil pessoas. Essa participação permitia uma espécie de fiscalização popular. Mesmo com o fim dessa plateia, os acusados não ficaram totalmente desamparados: surgiu na mesma época o recurso em benefício do réu. Em alguns países, passou a ser possível recorrer das decisões impostas pelo tribunal. A francesa Joana D’Arc (1412-1431), por exemplo, só pôde apelar ao papa por causa deste recurso. Ele não foi tão eficaz quanto o esperado, mas retardou sua morte.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Primeira Guerra Mundial (1914-1918)


Entre 1871 e 1914, durante a chamada belle époque, a sociedade européia, liberal e capitalista, passou por uma das fases de maior prosperidade. O desenvolvimento industrial trouxe para boa parte da população um conforto nunca antes experimentado, enquanto a ciência e a técnica abriam possibilidades inimagináveis de comunicação e transporte, com a invenção do telégrafo, do telefone e do automóvel.

Entretando, as disputas territoriais entre as potências e a má distribuição dos benefícios do progresso entre a população criavam um clima de instabilidade constante. O risco de um confronte iminente pairava no ar. Até que, em 1914, as previsões se confirmaram, com o início da "guerra que ia acabar com todas as guerras", como se constumava dizer na época. Na prática, não foi isso que o mundo assistiu. Outro conflito, maior e ainda mais devastador, iria eclodir 25 anos depois.


A expressão Grande Guerra, cunhada para o conflito que pela primeira vez na história envolveu todo o planeta, se justifica pelas proporções que o confronto alcançou, pelo aparato bélico que foi mobilizado e pela destruição devastadora que provocou. As novas armas, fruto do desenvolvimento industrial, e os métodos inéditos empregados nos combates deram aos países capitalistas o poder quase absoluto de matar e destruir.

Por volta de 1914, havia motivos de sobra para o acirramento das divergências entre os paíseseuropeus. Era grande, por exemplo, a insatisfação entre as nações que tinham chegado tarde à partilha da África e da Ásia; a disputa ostensiva por novos mercados e fontes de matérias-primas envolvia muitos governos imperialistas; e as tensões nacionalistas, acumuladas durante décadas, pareciam prestes a explodir. O que estava em jogo eram interesses estratégicos para vencer a eterna competição pela hegemonia na Europa e no mundo.

--> Resumo completo: Primeira Guerra Mundial 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"Por este preço, não quero mais suíços"


D. João VI, teria proferido a frase "por este preço, não quero mais suíços", quando foi informado das despesas feitas com a primeira leva de imigrantes europeus vindos para o Brasil. Esses imigrantes, suíços e alemães, foram localizados em Friburgo, dando o ensaio péssimo resultado.
Retrato de d. João VI, óleo sobre tela,
Jean-Baptiste Debret, século XIX
[...] a razão desse fracasso residia no fato de terem sido os imigrantes recolhidos [...] entre gente pouco apta para tal fim e iludida com promessas enganosas, aqui chegando com a ideia de serem senhores de terras e de escravos, quando o que encontraram foi apenas a terra para ser cultivada pelos próprios braços, á custa do seu próprio suor. Desiludidos, quase todos esses suíços e alemães fizeram-se soldados. 
Essa foi a primeira tentativa de imigração feita no Brasil. A vinda dos suíços para o nosso país foi objeto do decreto firmado por D. João VI, a 16 de maio de 1818. Logo em seguida, houve uma tentativa para a introdução da imigração italiana, tendo o rei recebido a promessa de que seriam enviados para o Brasil três mil trabalhadores napolitanos. Esses napolitanos, então mandados para o nosso país, eram a pior escória social, o rebotalho das galés, e felizmente só chegaram realmente a vir duzentos, egressos todos eles das prisões de Nápoles, onde cumpriam penas por delitos os mais variados. 
Só muitos anos mais tarde, contudo, foi que a imigração pode ser organizada em moldes definitivos, tomando um caráter permanente, sistematizado. [...] A entrada de imigrantes no Brasil foi regulada,  por lei  especial do Estado Novo, que dispõe sobre a melhor distribuição dos colonos estrangeiros e estabelece novas normas de fiscalização.[...] 

Fonte: Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Quem foi que disse? Quem foi que fez?

domingo, 16 de outubro de 2011

Obama inaugura monumento que homenageia Martin Luther King


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, inaugurou neste domingo (16) no National Mall de Washington o monumento em memória a Martin Luther King, em homenagem ao sonho, à luta pela igualdade racial e à persistência que caracterizou o ativista.

"Sua vida e sua história nos dizem que a mudança pode chegar se não nos rendermos", destacou Obama durante um emotivo discurso no National Mall, diante de milhares de pessoas que assistiram à cerimônia oficial de inauguração do monumento a King.
O presidente americano Barack Obama e a primeira-dama passeiam ao redor do monumento (Foto: Reuters)O presidente americano Barack Obama e a primeira-dama Michelle andam ao redor do monumento de
9 metros (Foto: Reuters)
Sem as palavras do famoso discurso "I have a dream" (Eu tenho um sonho) que King pronunciou durante uma manifestação em Washington em 1963, "talvez não tivéssemos tido a coragem de chegar tão longe", ressaltou Obama, o primeiro presidente negro na história americana.
Quase meio século passou desde o discurso histórico e "nosso trabalho, o de King, ainda não está completo", acrescentou o presidente, ao lembrar que resta muito a fazer na luta contra a pobreza e a desigualdade.

sábado, 15 de outubro de 2011

Professor, parabéns pelo seu dia!

O valor de ser educador


Ser transmissor de verdades, 
De inverdades... 
Ser cultivador de amor, 
De amizades. 
Ser convicto de acertos,
 De erros.
 Ser construtor de seres,
De vidas. 
Ser edificador.
 Movido por impulsos, 
por razão, por emoção.
 De sentimentos profundos,
 Que carrega no peito o orgulho de educar.
 Que armazena o conhecer,
 Que guarda no coração, o pesar 
De valores essenciais
 Para a felicidade dos “seus”. 
Ser conquistador de almas.
 Ser lutador,
 Que enfrenta agruras, 
Mas prossegue, vai adiante realizando sonhos,
 Buscando se auto-realizar, 
Atingir sua plenitude humana. 
Possuidor de potencialidades.
 Da fraqueza, sempre surge a força 
Fazendo-o guerreiro. 
Ser de incalculável sabedoria,
 Pois “o valor da sabedoria é melhor que o de rubis”.
 É...
 Esse é o valor de ser educador.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O poder das amantes

Elas foram escolhidas por reis, mas não viraram rainhas. Mesmo sem coroa, algumas se tornaram tão poderosas que mudaram o mundo

por FERNANDA DE CASTRO LIMA | 04/10/2011 19h19
Desde pequena, Jeanne-Antoinette Poisson foi criada para ser a favorita de Luís 15. Bem-educada e perspicaz, conseguiu o que queria. Tornou-se a madame de Pompadour, uma das mulheres mais influentes da França. Como os casamentos reais eram fruto de acordos políticos e econômicos, o rei buscar amor e prazer nos braços de outras era natural. "Pais empurravam as filhas mais atraentes para os braços do rei, torcendo para que elas terminassem em sua cama", diz Robin Briggs, historiador da Universidade de Oxford (Inglaterra). "A amante tinha acesso direto ao rei e era vista como a mais interessada em seu bem-estar, além de ser uma fonte segura de informações sobre a corte", diz Kathleen Wellman, da Southern Methodist University, em Dallas (EUA). Daí vinha seu poder.

Panela velha

Nome: Diane de Poitiers (1499-1566)
Principal amante: rei Henrique 2º, da França
Esquisitice: ensinou posições sexuais para a rainha
Influência política: muito grande
Diane de Poitiers nasceu no último dia de 1499. Filha de nobres, casou muito jovem com Luís de Brézé, conde de Maulévrier, de 56 anos. Aos 18, com duas filhas, segurou no colo Henrique, futuro rei da França. Quando ficou viúva, afastou-se da corte por um longo período. Ao retornar, aos 30 anos, estava deslumbrante. O garoto Henrique encantou-se. Não se sabe, segundo a princesa Michael de Kent, o exato momento em que os dois viraram amantes. Henrique venerava aquela mulher quase 19 anos mais velha, mas se casou com a prima dela, Catarina de Médici. Quando ele tinha 17 anos, seu irmão mais velho e sucessor ao trono morreu. Diane, então, preparou o jovem amante para se tornar rei. Quando enfim virou monarca da França, em 1547, pôde assumi-la publicamente. Diane dava conselhos para assuntos de Estado e redigia as cartas oficiais, assinadas como “Henrique Diane”. Ela o encorajou a nomear ministros e tornou-se membro do Conselho Privado. Era tão devotada a Henrique que chegou a ensinar algumas posições sexuais à rainha, desesperada por não conseguir engravidar. Deve ter funcionado - Catarina teve 10 filhos. Henrique deu a Diane o castelo Chenonceau, joias, o título de duquesa de Valentinois e uma homenagem sem precedentes: uma moeda cunhada com a imagem da amada. Em 1559, durante os casamentos de sua irmã e de sua filha, Henrique organizou um duelo. A brincadeira acabou em tragédia: a lança do adversário entrou no olho do rei. Ele tinha 41 anos. Diana perdeu o amante e o poder político e foi banida da corte pela rainha. Morreu aos 67 anos.

Morriam por ela

Nome: Agustina Carolina Otero, La Belle Otero (1868-1965)
Principal amante: todos os reis e príncipes com quem se envolveu
Esquisitice: ganhou o apelido de “sereia dos suicidas”
Influência política: quase nenhuma


É difícil saber o quanto de sua biografia é verdadeira, já que a espanhola Carolina fantasiava histórias para se promover. Certo é que foi umas das dançarinas e cortesãs mais festejadas da Europa na belle époque. Dizia ser filha de uma cigana andaluz e de um soldado grego. Perdeu o pai ainda criança e passou a infância num internato. Aos 12 anos, aparentando muito mais, fazia shows de dança em salões. Foi para Lisboa e, nos teatros, passou a ser conhecida como La Belle Otero. Virou amante de um rico banqueiro e teve vários outros até se casar com um ator italiano - que abandonou ao pegá-lo na cama
com outra. Passou por Alemanha, Mônaco, Áustria, Rússia e Estados Unidos. Mas foi em Paris que alcançou seu auge com as apresentações na casa de espetáculos Folies-Bergère. Por todos os lugares, colecionou amantes reais. Entre eles, o czar Nicolau 2º, o príncipe Albert 1º de Mônaco, o rei Leopoldo da Bélgica, o príncipe Edward 7º do Reino Unido, Guilherme 2º da Alemanha, Alfonso da Espanha e o príncipe Pirievski, da Rússia - um dos 6 homens que teriam se matado por ela, o que rendeu à dançarina
o apelido de “sereia dos suicidas”. La Belle morreu aos 97 anos, de ataque cardíaco, pobre e sozinha.

De nobres a cocheiros

Nome: Barbara Villiers, condessa de Castlemaine (1641-1709)
Principal amante: rei Charles 2º, da Inglaterra
Esquisitice: era promíscua e tinha boca suja
Influência política: grande
Aos 18 anos, Barbara Villiers casou-se com o inglês Roger Palmer. Mas tornou-se amante de Charles 2º quando ele assumiu o trono, em 1660. Nove meses depois, dava à luz sua primeira filha. Palmer ganhou o título de conde de Castlemaine. No dia em que o rei se casou com a princesa portuguesa Catarina de Bragança, lady Castlemaine, numa afronta à nova rainha, pendurou “as mais finas camisolas e anáguas de linho por galhos e arbustos do jardim real”, conta Leigh Eduardo no livro Amantes. Dava palpites em negociações comerciais e favorecia algumas pessoas para depois cobrar o favor. Num debate com o rei, o premiê Clarendon disse que lady Castlemaine dava palpite demais. Charles o destituiu. Ela se deitava com qualquer um. Falava palavrões e gastava fortunas no jogo. Para pagar uma dívida de 30 mil libras, Charles usou o dinheiro de impostos. O ódio do povo desencadeou uma rebelião que resultou em bordéis queimados e homens condenados à morte. Após 8 anos, Charles a “aposentou”. Deu a ela o palácio de Nonsuch (que ela mandou demolir depois de depená-lo). Barbara morreu pobre aos 68 anos.

A barraqueira da Baviera

Nome: Lola Montez (1818-1861)
Principal amante: rei Ludwig 1º, da Baviera
Esquisitice: chicoteava quem atrapalhasse seu caminho
Influência política: grande – quase causou uma guerra civil


Maria Dolores Eliza Rosanna Gilbert, filha de um militar inglês, fugiu de um casamento arranjado e foi estudar dança na Espanha. Ao voltar para Londres, mudou de identidade: virou Lola Montez. Com direito a sotaque espanhol e cigarrilhas, fez sucesso nos teatros e correu o mundo. Em Berlim, em 1844, teve um romance com o pianista Franz Liszt. Em Paris, ficou amiga de Alexandre Dumas, Chopin, Delacroix e Victor Hugo. Em Munique, não conseguiu se apresentar no teatro local e, irritada, marcou uma audiência com o rei. Cansada de esperar por Ludwig 1º, teve sua blusa rasgada por um guarda ao tentar invadir seus aposentos. Ele a viu com o seio quase de fora - foi o início do relacionamento que chocou a Europa. O governo de Ludwig, até então pautado pela Igreja, balançou com as ideias anticlericais da amante. Ela derrubou o primeiro-ministro, torrava o dinheiro do rei, cuspia e dava chicotadas em quem tivesse ideias contrárias às suas. Ludwig, temendo uma rebelião, pediu que ela deixasse o país. Em 1857, quando a rainha da Baviera morreu, Lola aceitou o pedido de casamento de Ludwig, que abdicara do trono. Mas abandonou o marido ao descobrir que ele tinha sífilis.

Encantos de bruxa

Nome: Françoise Athénaïs, madame de Montespan (1641-1707)
Principal amante: rei Luís 14
Esquisitice: acusada de praticar magia negra
Influência política: pouca
Françoise-Athénaïs era bonita, tinha um belo corpo e postura impecável. Conheceu Luís 14 em 1661, no esplendor de seus 20 anos. O rei estava casado com Maria Teresa de Espanha, mas tinha um apetite sexual famoso no reino. Françoise, casada com o marquês de Montespan, estava insatisfeita com as jogatinas e com a arrogância do marido. O “encaixe” entre a bela e o monarca, entretanto, não foi imediato. Em 1664, Françoise foi escolhida como uma das damas de honra da rainha Maria Teresa. Em 1667, aí sim, virou amante de Luís 14. Inconformado, o marquês de Montespan pôs-se em luto, colocou enormes chifres em sua carruagem e adornou sua própria cabeça. Motivo de chacota, o rei o baniu de Paris. Em 1678, uma vidente embriagada falou de poções de envenenamento. Teve início uma investigação, chamada de “Câmara Ardente”, que revelou uma rede de bruxas e feiticeiras envolvendo nobres e padres. Françoise foi acusada de ter feito magia (com sacrifício de crianças e outras barbaridades) contra o rei e suas novas amantes. Em 1691, ela foi convidada a se retirar de Versalhes. Deixou o castelo insultando o rei, dizendo que fora obrigada a aguentar o cheiro dele por 12 anos - Luís tinha fama de não ser chegado a banhos e de exalar um odor infernal. //
Fonte: O poder das amantes - Guia do Estudante

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Cristo Redentor completa 80 anos.




O Cristo Redentor, uma das imagens símbolo do Rio de Janeiro, completa 80 anos nesta quarta-feira. A estátua foi inaugurada em 12 de outubro de 1931. Segundo a Arquidiocese do Rio de Janeiro, detentora dos direitos autorais do monumento, a construção do Cristo Redentor do Corcovado é considerada um grande marco da engenharia civil brasileira.

A construção do Cristo Redentor foi sugerida pela primeira vez em 1859, para a princesa Izabel, mas a ideia realmente começou a se tornar realidade em 1921, quando uma primeira assembleia foi feita para discutir onde a estátua seria construída. Na época, foi sugerido o Corcovado, o Pão de Açúcar e o Morro de Santo Antônio. O Corcovado foi o escolhido pela localização e visualização de várias zonas da cidade.

O monumento foi todo construído no Brasil. As obras começaram em 1926. O projeto foi erguido em concreto aramado e revestido em mosaico de pedra-sabão, originária da região de Carandaí, em Minas Gerais. O desenho final do monumento é de autoria do artista plástico Carlos Oswald e a execução da escultura é responsabilidade do estatuário francês Paul Landowski.

O Cristo Redentor, com 30 metros e três centímetros de altura e base de 80 metros, abriga a capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Em 2007, o monumento foi eleito e apresentado publicamente como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, ao lado da Muralha da China, Coliseu na Itália, Machu Picchu no Peru, Petra na Jordânia, Taj Mahal na Índia e Chichén Itzá no México. A escolha, promovida pela New Open World Foundation, contou com mais de cem milhões de votos.

Além disso, em 2009, foi considerado pelo Guinness World Records (o Livro dos Recordes) a maior estátua de Cristo do mundo. 



Fonte: www.band.com.br


Obras nas alturas

O projeto do monumento consumiu cinco anos e a construção, outros cinco
Braços abertos
No projeto original do engenheiro Heitor da Silva Costa, o Cristo estaria carregando um globo. O desenho dos braços abertos é de Carlos Oswald, que fazia parte da equipe de Heitor.
Mosaico voluntário
O Cristo é feito de concreto sobre uma tela de aço, que foi colocada sobre o molde original de gesso, pedaço por pedaço. Na argamassa, usaram areia, açúcar e óleo de baleia. Para revesti-lo, donas-de-casa voluntárias cortaram triângulos de três centímetros de tecido, sobre os quais foram colados pedaços de pedra-sabão – material resistente a intempéries.
Olhos bem abertos
Antes da execução do modelo final da estátua, o escultor francês Maxmilien Paul Landowski, a quem foi encomendado o trabalho, fez diversos moldes, todos na França. Já em tamanho definitivo, as peças feitas de gesso foram divididas em dezenas de partes numeradas e transportadas de Paris ao Rio – só a cabeça tinha 50 partes.
Estrada de ferro
As peças do Cristo foram reunidas na Igreja Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado, e levadas aos pedaços para o alto do Corcovado, onde a camada de concreto foi aplicada. Elas, junto com cimento, areia e até água, foram transportadas pelos trens da Estrada de Ferro do Corcovado, a primeira eletrificada do país, construída em 1884.
Bate coração
O pedestal da imagem, com 8 metros de altura, abriga uma capela dedicada a Nossa Senhora Aparecida, com capacidade para 20 pessoas sentadas. O interior da estátua tem escadas em ziguezague. À medida que se sobe, a altura dos corredores diminui. Para se chegar aos braços, é preciso andar agachado. O Cristo tem um coração, instalado, claro, na altura do peito.
Esforço milagroso
Não há registro da quantidade de operários que trabalharam nas obras do Cristo Redentor durante os cinco anos que elas duraram. Apesar da altura e dos ventos fortes, não houve nenhum acidente grave durante a construção – quase um milagre, já que os empregados ficavam pendurados em andaimes sem qualquer segurança.


Saiba mais



O Analfabeto Político



Bertold Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.



Bertold Brecht



sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Museu Virtual da Memória da Educação



Museu Virtual da Memória da Educação quer conhecê-lo.
Site do Museu Virtual da Memória da Educação
A Secretaria de Estado de Educação, por meio do Centro de Referência Virtual do Professor (CRV), deseja conhecer o acervo histórico das escolas mineiras. Caso haja mobiliário, recursos didáticos (atlas, equipamentos etc), uniformes, fotografias, pinturas, esculturas ou outros bens de valor histórico, favor fotografá-los, preencher as fichas de catalogação dos objetos e enviar o material ao CRV, para que possamos inserir as imagens no Museu Virtual da Memória da Educação.

Muitos objetos antigos que podem ajudar a resgatar parte significativa  do passado da educação em nosso Estado, e até em nosso País, podem estar, neste momento, sem o reconhecimento merecido em sua escola. Vamos valorizar o patrimônio da educação. Participe desta campanha e veja a sua escola no site do Museu Virtual/CRV.

.: As fotos dos bens históricos e as informações sobre os mesmos poderão ser enviadas por e-mail ou pelos Correios.

.: Solicitamos que visite o site do Museu Virtual da Memória da Educação para conhecer como as peças estão expostas.

.: Veja a ficha de catalogação do objeto histórico para preenchimento da escola (não há problema se não tiver todas as informações que são solicitadas no formulário). Exemplo: escultura sacra, representando Nossa Senhora da Conceição, do início do século XX, procedência desconhecida, altura 85 cm, largura 19 cm, de gesso e madeira. Outros exemplos no site do Museu.

Fonte: www.educacao.mg.gov.br

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A "missão civilizatória" e o Imperialismo norte-americano.

"Já vimos que o expansionismo fez parte da política e da cultura norte-americana desde o o período colonial. A intenção de ocupar territórios considerados "vazios", mas que na verdade eram habitados por culturas diferentes da norte-americana, era pautada na justificativa de que os norte-americanos eram um povo excepcional, uma espécie de povo eleito que tinha o Direito Natural à propriedade da terra. Segundo essa perspectiva, os "enérgicos norte-americanos" apenas "cumpriam um destino já traçado pela Providência":  o de ocupar os territórios além das suas fronteiras e levar a "civilização" (leia-se valores do cristianismo protestante, da economia capitalista, do conhecimento tecnológico e os princípios da democracia) a outros locais. Na verdade, isso era apenas uma justificativa para a açã hegemônica dos norte-americanos sobre outras culturas. 
Como foi visto, essa crença de que havia uma excepcionalidade norte-americana serviu como impulso à conquista dos territórios do Oeste e à anexação de metade do território mexicano. Serviu também de estímulo para que se expandisse "uma nova fronteira" de comércio para o Oriente - especialmente com a China e o Japão - e legitimou a ação norte-americana no Caribe no final do século XIX e início do século XX. 
Não faltou a justificativa missionária para a expansão. Ainda em 1885, o pastor protestante Josiah Strong publicou um livro, que rapidamente se tornou um sucesso de vendas, chamado Our country  (Nosso país), o qual garantia que os Estados Unidos haviam adquirido o seu particular "gênio anglo-saxão para a colonização" e que portanto tinham como missão: 
"[...] espalhar as bençãos da democracia e do protestantismo na direção do México, América Central e do Sul, para as ilhas do mar, para África e além [...] pois as implicações do processo civilizatório criam mais e mais nobres necessidades, e o comércio segue o missionário."
O reverendo Strong unia a ação do missionário protestante aos interesses do comércio. O missionário entraria primeiro nos países que considerava "selvagens e bárbaros" e, em seguida, o comércio norte-americano atuaria também como elemento civilizatório das regiões. 
A imprensa também colaborou para justificar o imperialismo norte-americano. No caso de Cuba, por exemplo, os jornalistas William Randolph Hearst e Joseph Pulitzer - que davam início à construção de duas influentes cadeias de jornais -  manipulavam informações, tratavam o episódio de forma sensacionalista e estimulavam os Estados Unidos a entrarem na guerra contra a Espanha a favor da libertação de Cuba. 
José Martí - líder do movimento de independência cubano - denunciava os discursos dos jornais sensacionalistas e dos políticos que enalteciam as "virtudes norte-americanas" em contraposição à "inferioridade latino-americanas". Justificativa que, segundo Martí, serviu para legitimar a intervenção dos Estados Unidos na região. Martí rejeitava a ideia de superioridade dos norte-americanos com relação a outros povos e criticava tanto norte-americano quanto latino-americanos que acreditavam no discurso ideológico dos Estados Unidos. 
"É preciso que se conheça em nossa América (Latina), a verdade sobre os Estados Unidos. Não devemos propositadamente exagerar seus erros ou celebrá-los como se fossem virtude. Não existem raças, existem apenas diversas modificações do homem, em detalhes de hábitos e de formas que não lhes mudam o idêntico e essencial [...] aquelas qualidades de constituição que, por sua constância e autoridade, demonstrem as das variedades úteis à nossa América: o caráter cruel, desigual e decadente dos Estados Unidos e a existência contínua de todas as violências, discórdias, imoralidades e desordens de que se culpa os povos hispânico-americanos." 

JUNQUEIRA, Mary A. Estados Unidos: a consolidação da nação. São Paulo: Contexto, 2001. p.103-105.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Museu exibe carta inédita de Hitler


Documento é de 1919, quando Adolf Hitler era um cabo do Exército alemão.

Sobreviventes do holocausto foram os primeiros a ver a carta.

Do G1, com informações da Globo News
O Museu de Tolerância de Los Angeles, nos Estados Unidos, começou a exibir uma carta inédita de Adolf Hitler, datada de 1919. O documento mostra que o ódio pelos judeus já fazia parte do mentor do holocausto desde que ele era apenas um cabo do Exército alemão.
A veracidade da carta, de quatro páginas, assinada por Hitler, na época um sobrevivente da 1ª Guerra Mundial, foi comprovada por um especialista em caligrafia.
Na carta, o futuro ditador alemão afirma que um governo poderoso poderia reduzir a ameaça dos judeus se negasse a eles os seus direitos. Mas o objetivo final seria a eliminação de todos os judeus juntos.
Sobreviventes do holocausto foram os primeiros a ver a carta exibida no museu.

Veja também:

Related Posts with Thumbnails