segunda-feira, 23 de março de 2015

Quem "descobriu" a América? (2)

Cristóvão Colombo descobriu a América. FALSO !

Ele foi o primeiro europeu a chegar ao Novo Mundo e revelou aos homens de seu tempo a existência de um continente até então desconhecido. Certo? Errado!

Antoine Roullet
Oficialmente, o título de “descobridor da América” pertence ao navegante genovês Cristóvão Colombo, mas ele não foi o primeiro estrangeiro a chegar ao chamado Novo Mundo. Além disso, o próprio Colombo nunca se deu conta de que a terra que encontrou era um continente até então desconhecido.

A arqueologia já revelou vestígios da passagem dos vikings pelo continente por volta do ano 1000. Leif Ericson, explorador que viveu na região da Islândia, chegou às margens do atual estado de Maine, no norte dos Estados Unidos, no ano 1003. Em 1010 foi a vez de outro aventureiro nórdico, Bjarn Karlsefni, aportar nos arredores de Long Island, na região de Nova York. Além disso, alguns pesquisadores defendem que um almirante chinês chamado Zeng He teria cruzado o Pacífico e desembarcado, em 1421, no que hoje é a costa leste dos Estados Unidos.

Polêmicas à parte, Cristóvão Colombo jamais se deu conta de que havia descoberto um novo continente. A leitura de suas anotações de bordo ou de suas cartas deixa claro que ele acreditou até a morte que tinha chegado à China ou ao Japão, ou seja, às “Índias”. É o que o navegador escreveu, por exemplo, em uma carta de março de 1493.

Mesmo nos momentos em que se apresenta como um “descobridor”, Colombo se refere aos arredores de um continente que o célebre Marco Polo – do qual foi leitor assíduo – já havia descrito. Em outubro de 1492, depois de seu primeiro encontro com nativos americanos, o explorador fez a seguinte anotação em seu diário de bordo: “Resolvi descer à terra firme e ir à cidade de Guisay entregar as cartas de Vossas Altezas ao Grande Khan”. Guisay é uma cidade real chinesa que Marco Polo visitara. Nesse mesmo documento, Colombo escreveu que, segundo o que os índios haviam informado, ele estava a caminho do Japão. Os nativos tinham apontado, na verdade, para Cuba.
Embora tenha aberto caminho para a conquista do continente,
Colombo não foi o primeiro estrangeiro a aportar na América
Suas certezas foram parcialmente abaladas nas viagens seguintes, mas o navegador nunca chegou a pensar que aportara em um novo continente. Sua quarta viagem o teria levado, segundo escreveu, à província de “Mago”, “fronteiriça à de Catayo”, ambas na China.
Apesar disso, Colombo revestiu seus relatos com um tom profético. “Estou convencido de que se trata do paraíso terrestre”, disse a respeito da foz do rio Orinoco, no território das atuais Colômbia e Venezuela. Quando voltou à Europa, ele chegou a redigir um “livro de profecias”, no qual juntou citações bíblicas a textos de cosmografia e de profetas medievais numa tentativa de, aparentemente, relacionar o Novo Mundo aos reinos míticos de Társis e Ofir, citados no Antigo Testamento. A obra não chegou a ser terminada.
Somente nos últimos anos de sua vida o genovês considerou a possibilidade de ter descoberto terras realmente virgens. Mas foi necessário certo tempo para que a existência de um novo continente começasse a ser aceita pelos europeus. Américo Vespúcio foi um dos primeiros a apresentar um mapa com quatro continentes. Mais tarde, em 1507, a nova terra seria batizada em homenagem ao explorador italiano. Um ano depois da morte de Colombo, que passou a vida sem entender bem o que havia encontrado.

sábado, 21 de março de 2015

Vídeo: Coronelismo

Seria Antônio Carlos Magalhães (ACM) o último Coronel?



Assista também: https://www.youtube.com/watch?v=dGtUIoF3sCw

Quem descobriu a América?

Não foi Colombo quem descobriu a América? Conheça a nova teoria sobre a chegada dos europeus ao continente

A história tem algumas certezas que se enraizam tão profundamente no conhecimento coletivo que parecem até fazer parte de uma verdade absoluta do mundo. Entre essas informações consideradas incontestáveis, está o fato de o italiano Cristóvão Colombo ser o descobridor e conquistador do continente americano. Toda uma mitologia acompanha essa certeza, que poderia ser lançada ao mar com a pesquisa do historiador norte-americano Gary Knight. Em seu livro “Forgotten Brothers” (Irmãos Esquecidos), ele propõe substituir o protagonismo do descobrimento da América aos irmãos Pinzón, que comandaram as embarcações La Pinta e La Niña em uma longa viagem ao novo mundo.



 Segundo o autor, Colombo teria roubado a glória da conquista, e, com o decorrer dos séculos, esse engano acabou sendo firmado. “Deveríamos trocar o Día de la Raza (Dia da Raça, como é chamado o Dia de Colombo na maioria dos países latino-americanos) por Dia do Charlatão”, escreve Knight, decididamente tomando partido por seus conquistadores. Em seguida, ele descreve Colombo como um brilhante político e navegador, mas deixa claro que ele não era capitão de caravelas e que nunca esteve no comando de um navio, por isso a primeira viagem à América não teria sido possível sem a ajuda dos Pinzón, com quem Colombo se reuniu, no final de tudo, para queimar os navios no porto de Palos. A eles, exímios marinheiros, o autor atribui um papel decisivo: o de persuadir o resto da tripulação a participar de uma viagem tão ousada. Após perder uma das caravelas e boa parte da tripulação perto do litoral do atual Haiti, Colombo teria sido levado de volta à Europa e se trancado em sua cabine por vontade própria.

Por que então a história coloca Colombo como o grande descobridor e os irmãos Pinzón em papéis secundários? Para Knight, isso acontece por uma simples razão: Colombo escrevia um diário, e os fatos foram reconstruídos com base nele. Portanto, como é possível observarmos, a história nem sempre é escrita pelos que ganham, mas pelos que a escrevem.

[Fonte: Seu history]

quarta-feira, 4 de março de 2015

Câmara aprova projeto que regulamenta profissão de historiador

Proposta determina quem pode exercer e quais as atividades próprias da profissão. Texto seguirá para o Senado.

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira proposta que regulamenta a profissão de historiador e estabelece os requisitos para seu exercício. Foi aprovado um substitutivo da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público para o Projeto de Lei 4699/12, do Senado. Devido às mudanças, a matéria retorna para análise dos senadores.
Segundo o substitutivo, do ex-deputado Policarpo, poderão exercer a atividade de historiador:
  • os portadores de diploma de curso superior em História, nacional ou estrangeiro com revalidação;
  • os portadores de diploma de mestrado ou doutorado em História;
  • os portadores de diploma de mestrado ou doutorado obtido em programa de pós-graduação reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com linha de pesquisa dedicada à História;
  • os profissionais diplomados em outras áreas que tenham exercido, comprovadamente, há mais de cinco anos, a profissão de historiador, a contar da data da promulgação da futura lei.
A Capes é uma fundação do Ministério da Educação (MEC) que atua na avaliação da pós-graduação stricto sensu e também em seu fomento por meio de bolsas.
Atribuições
Entre as atribuições dos historiadores, o substitutivo prevê o magistério da disciplina de História nas escolas de ensino fundamental e médio, desde que cumprida a exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) quanto à obrigatoriedade da licenciatura.
O profissional poderá ainda planejar, organizar, implantar e dirigir serviços de pesquisa histórica; assessorar, organizar, implantar e dirigir serviços de documentação e informação histórica; e elaborar pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos e trabalhos sobre temas históricos.
Registro
O texto exige, para o provimento e exercício de cargos, funções ou empregos de historiador, a comprovação obrigatória de registro profissional junto à autoridade trabalhista competente.
Já as entidades que prestam serviços em História deverão manter historiadores legalmente habilitados em seu quadro de pessoal ou em regime de contrato para prestação de serviços.
Qualificação
Durante a votação da proposta, o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), disse que a aprovação do texto vai melhorar as condições profissionais. "O historiador tem compromisso com a verdade na sua diversidade. A aprovação deste projeto ajuda o desenvolvimento da sociedade brasileira", afirmou.
Já a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) explicou que o crescimento do número de cursos e profissionais na área obrigou a regulamentação, que vem para melhorar a qualidade dos profissionais. "A proposta acaba qualificando o ensino, ao criar critérios", disse.
O deputado Rodrigo de Castro (PSDB-MG), no entanto, aproveitou para criticar as políticas públicas de educação. "Temos visto agora o contingenciamento de recursos para educação, estudantes querendo acesso a financiamento estudantil tendo este acesso negado", criticou.