Thomas Hobbes |
Thomas Hobbes nasceu em Westport, Inglaterra, em 5 de abril de 1588. Graduou-se em Oxford em 1608 e tornou-se preceptor do filho de Lord Cavendish, com quem viajou para a França e para a Itália. No continente europeu, onde esteve outras vezes, tomou contato com as descobertas de Johann Kepler e Galileu sobre os movimentos planetários e com importantes pensadores, o que estimulou seu interesse pela ciência e pela filosofia.
De volta à Inglaterra em 1637, Hobbes trocou a especulação abstrata pela filosofia política. Em The Elements of Law, Natural and Politic (Elementos da lei natural e política), obra que começou a circular em manuscrito em 1640, defendia a idéia segundo a qual os homens só podem viver em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e centralizado.
Em 1640, fugindo do governo de Oliver Cromwell, Hobbes foi viver em Paris, onde escreveu contestações às Meditationes, de Descartes, e publicou a primeira versão de De Cive, em que tratou a questão das relações entre igreja e estado. Para Hobbes, a igreja cristã e o estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo monarca, que teria o direito de interpretar as Escrituras, decidir questões religiosas e presidir o culto. Em 1651 saiu a principal obra de Hobbes, Leviathan; or Matter, Form and Power of a Commonwealth, Ecclesiastical and Civil (Leviathan, ou a matéria, a forma e o poder de um estado eclesiástico e civil), em que expõe sua filosofia política. Segundo o filósofo, a primeira lei natural do homem é a da autopreservação, que o induz a impor-se sobre os demais; por isso, a vida seria uma "guerra de todos contra todos" (bellum omnium contra omnes), na qual "o homem é o lobo do homem" (homo homini lupus). Para construir uma sociedade, o homem tem que renunciar a parte de seus direitos e estabelecer um "contrato social", garantido pela soberania. Esta, para ser efetiva, tem que recair sobre uma só pessoa, donde a conveniência da monarquia absoluta. Contudo, é importante notar que, ao contrário dos autores que o precederam, para Hobbes a fonte do poder monárquico não residia no direito divino, mas na manutenção do contrato social.
Em 1655 Hobbes publicou De corpore (Do corpo) e, em 1658, De homine (Do homem), que ampliavam suas teorias físicas e psicológicas. Depois da restauração de 1660, foi reabilitado pelo rei, mas, por causa das acusações de ateísmo lançadas contra ele por autoridades eclesiásticas, preferiu não interferir na vida pública. Aos 87 anos traduziu a Odisséia e, um ano mais tarde, publicou uma tradução da Ilíada. Morreu em Hardwick Hall, Inglaterra, em 4 de dezembro de 1679.
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