O acervo tem 150 fotografias originais e negativos em vidro de fotógrafos brasileiros e europeus escolhidos pelo imperador.
Uma coleção de fotos da família real no Brasil está permitindo aos brasileiros conhecer a rotina e a intimidade dos integrantes da Corte. As imagens expostas no Rio estavam guardadas há mais de 100 anos.
Dom Pedro II parecia sisudo, mas não era. Aberto a novidades e apaixonado por fotografia, fez um álbum de família junto com a princesa Isabel e seus descendentes.
A pintura a óleo ainda era a principal referencia da Corte, mas Dom Pedro já queria ser fotografado enquanto posava para um pintor em 1865.
Uma exposição apresenta pela primeira vez 150 fotografias originais e negativos em vidro de fotógrafos brasileiros e europeus escolhidos pelo imperador.
O acervo pertence a Dom João de Orleans e Bragança, tetraneto de Pedro II, fotógrafo e também curador da exposição.
“A fotografia na época era parte de um século, o século XIX, de mudanças no mundo. Era você fotografar, você gravar a realidade. Não uma pintura, que pintava de acordo com o olho do pintor e do pintado. E Dom Pedro II quis que o Brasil não perdesse esse trem”, conta o herdeiro.
A imperatriz Teresa Cristina aparece de costas, era uma foto ousada para a realeza naquela época. E era também um registro da disposição dessa família em mostrar o que havia por trás das aparências.
O que se vê são vários momentos da vida privada dessa família, como a princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, trocando afeto com os filhos e o marido. As crianças brincam como em qualquer família. Fotos bem comportadas, mas incomuns para outras Cortes do século XIX.
“Eu acho que aqui há um traço brasileiro, um traço tropical. Você tem uma família imperial que tem um grande despojamento. Transparece em muitos momentos, primeiro a família e, secundariamente, a sua condição de família imperial”, explica o coordenador do Instituto Moreira Salles, Sérgio Burgi.
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