quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quem quer ser professor?

Fonte: www.revistamad.com.br 


Há algumas décadas os professores eram profissionais com grande valorização na sociedade. Os anos passaram e o prestígio caiu.
 
Dados publicados em uma das edições do mês de setembro da revista Época, dão conta de que, no Brasil, apenas 3% dos melhores alunos querem ser professores e que entre os 20% com as piores notas, 16% (cinco vezes mais) ambicionam dar aula.
 
A educadora infantil Mônica Rodrigues Mello, 25 anos, andou contra as estatísticas. Aluna com médias altas e dedicada, aos 16 anos, quando terminou o ensino médio, decidiu seguir o magistério.
 
“Escolhi a profissão pelo prazer de estar com crianças e de poder ensinar e transmitir conhecimento para eles. Foi por gosto mesmo, não pelo salário”, afirma.
 
Hoje o papel do professor é mais complexo do que há algumas décadas e educar é um dos maiores desafios deste profissional, uma vez que exerce funções que vão além da mediação do conhecimento, o que dificulta e lhe traz uma responsabilidade maior e diferente.
 
“Somos um pouquinho de tudo aqui na escola. Mãe, amiga, psicóloga e, por fim, mestre. O papel do professor, especialmente nesta fase em que as crianças estão formando o seu caráter, personalidade e começando a aprender novas coisas, é muito importante. Precisamos oferecer uma base boa aqui, transmitir para eles qualidades e atitudes”, diz.
 
Professor de história há 12 anos, Érico Paes de Campos, 40 anos, seguiu o caminho inverso. Aluno introspectivo e com dificuldades de relacionamentos, estudou Turismo e Hotelaria e atuou por anos na carreira antes de se dedicar à sala de aula. “Foi nesta profissão que aprendi a ter jogo de cintura e perdi a timidez”, conta.
 
Em 1999, quando perdeu o emprego em um hotel de Lages, Érico foi convidado para ser monitor do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), foi quando conheceu a área de atuação dos professores e se apaixonou pela profissão.
 
“Nesta época me encantei em descobrir que as coisas que eu falava eram ouvidas pelas crianças e podiam fazer a diferença em suas escolhas. Hoje, para mim, ser professor é um presente de Deus”, declara o professor.
 
Érico se apaixonou tanto pela profissão, que hoje, além de se dedicar à sala de aula, ministra palestras em escolas públicas e privadas sobre o bullying, problema antigo mas com nome novo e que merece atenção especial dos professores.
 
“A diferença para qualquer situação, é a informação. Devemos informar os alunos, esperando posterior conscientização. Os trabalhos sobre o bullying têm sido muito importantes para mudarmos as atitudes dos alunos”, explica.
 
Tanto para Érico como para Mônica, o papel do professor dentro da sociedade é cada vez mais complexo e a falta de reconhecimento profissional ainda é um desafio a ser enfrentado.
 
“Mesmo com todas as dificuldades, o que me faz acordar todas as manhãs, o que motiva minha vida, é ser professor. Os melhores alunos não se dedicarem à sala de aula como profissionais, isso se deve ao fato de que eles buscam respaldo financeiro e não a realização profissional”, completa.
 
Nova na carreira, Mônica se sente realizada e também admite gostar muito do que faz. “Sempre comento com minhas colegas que se tivesse que trabalhar sábado e domingo, eu viria, porque adoro ficar com ass. A cada dia ensino e aprendo coisas novas com eles, que são muito carinhosos. Isso tudo é muito importante para a minha realização pessoal e profissional”, destaca. criança

Fonte: http://www.clmais.com.br/informacao/9240


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