"... penso que o historiador não deve
enganar-se a si próprio. O que ele enuncia, quando escreve história, é o seu
próprio sonho. Há, sem dúvida, uma enorme diferença entre a história e o
romance, na medida em que a ficção histórica está forçosamente ligada a algo que
foi verdadeiramente vivido, mas, no fundo, a forma de abordagem não é muito
diferente. O historiador conta uma história, uma história que ele forja
recorrendo a um certo número de informações concretas. Não me faça dizer que eu
repudio o método histórico criado e aperfeiçoado com tanto rigor pelos nosso
predecessores do século XIX e do princípio do século XX. Pelo contrário, é
absolutamente necessário preservar essa preocupação crítica relativamente à
informação de que possamos dispor. Mas, repito, nós utilizamos esse material,
criticamente analisado, com a maior liberdade, tendo plena consciência de que
jamais chegaremos a uma verdade objetiva.".
Georges Duby, in "O
Historiador, Hoje"
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