“ ..., passado, presente
e futuro constituem um continuum. Todos os seres humanos e sociedades estão enraizados
no passado – o de suas famílias, comunidades, nações ou outros grupos de
referencias, ou mesmo de memória pessoal – e todos definem sua posição em
relação a ele, positiva ou negativamente. Tanto hoje como sempre: somos quase
tentados a dizer “hoje mais que nunca”. E mais, a maior parte da ação humana
consciente, baseada em aprendizado, memória e experiência, constitui um vasto
mecanismo para comparar constantemente passado, presente e futuro. As pessoas não podem evitar a tentativa de antever
o futuro mediante alguma forma de leitura do passado. Elas precisam fazer isto.
Os processos comuns da vida humana consciente, para não falar das políticas
públicas, assim o exigem. E é claro que as pessoas o fazem com base na
suposição justificada de que, em geral, o futuro está sistematicamente
vinculado ao passado, que, por sua vez, não é uma concatenação arbitrária de
circunstancias e eventos. As estruturas das sociedades humanas, seus processos
e mecanismos de reprodução, mudança e transformação, estão voltadas a
restringir o numero de coisas passiveis de acontecer, determinar algumas das
coisas que acontecerão e possibilitar a indicação de probabilidades maiores ou
menores para grande parte das restantes.”
Eric Hobsbawm - Historiador britânico
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