Neonazismo: os fantasmas de Hitler - Guia do Estudante
Como a ideologia que prega o ódio renasceu na Europa, o mesmo
cenário dos crimes contra a humanidade cometidos na Segunda Guerra e
como ela se espalha até mesmo no Brasil
TEXTO Eduardo Szklarz | 17/10/2014 14h30
O ruído era ensurdecedor. Jovens de camisas negras se aglomeravam na praça fazendo a saudação Heil Hitler!
e entoando a Canção de Horst Wessel, o hino nazista. Num bar perto
dali, intelectuais vociferavam contra gays, culpavam os estrangeiros
pelo desemprego e advertiam sobre a “conspiração judaica” que levou o
país à ruína.
A cena bem poderia ter ocorrido na Berlim dos anos
30. Mas aconteceu em 4 de junho passado em Atenas, berço da democracia,
durante um ato do partido neonazista grego Aurora Dourada. Em toda a
Europa, mas também em outros países, a chaga do nazismo renasceu e vem
crescendo. Tal como ocorreu com Hitler e seus asseclas, usam-se as armas
da democracia para atacá-la e destruí-la.
Nas
eleições de maio para o Parlamento Europeu (PE), o Aurora Dourada
elegeu três deputados. “Somos a terceira força política do país”, disse o
porta-voz Ilias Kasidiaris, que tem uma suástica tatuada no braço.
Grupos de extrema direita festejaram a presença recorde em um parlamento
que a maioria delas rejeita. Na Alemanha, o neonazista Partido Nacional
Democrático (NPD) conseguiu pela primeira vez um assento no PE. Na
Hungria, o fascista Jobbik é a segunda maior legenda. A Frente Nacional,
cujo patriarca, Jean-Marie Le Pen, sugeriu o vírus ebola para
solucionar o problema da imigração, teve 25% de apoio dos franceses.
O
que explica esse fenômeno? Qual foi o momento em que ser
nazista/fascista deixou de ser vergonhoso para se tornar aceitável? É o
que veremos nesta reportagem.
A fagulha nacionalista
A
extrema direita não é um bloco monolítico. Alguns partidos são
racistas, xenófobos, outros são contra muçulmanos ou gays. Muitos são
tudo isso. Mas há um elemento comum a todos: o nacionalismo. “Nem todo
nacionalismo é de direita e muito menos fascista, mas todo movimento
nazifascista é nacionalista”, afirma o historiador Carlos Gustavo
Nóbrega de Jesus, superintendente da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba,
em São Paulo.
Nacionalismos florescem em tempos de crise. Tem
sido assim desde o final do século 19, quando russos massacraram
milhares de judeus acusando-os pela morte do czar Alexandre II
(1818-1881). A onda de perseguições se alastrou pelo Leste Europeu, onde
judeus e outras minorias foram culpados pelas mazelas de cada país.
Isso porque o nacionalismo não é um mero amor à pátria: é uma defesa
ferina da identidade nacional que pressupõe a glorificação de “Nós” e a
exclusão dos “Outros”. Por isso desemboca em violência.
Em
28 de junho de 1914, por exemplo, o nacionalista sérvio Gavrilo Princip
disparou contra o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro da coroa
austro-húngara. E deflagrou a Primeira Guerra. Durante o conflito, o
nacionalismo serviu de base para a principal – e mais aterradora –
invenção política do século 20: o fascismo. Era um movimento de massas
autoritário e populista baseado no anticomunismo, na expansão
imperialista e em um Estado policial que controlava a vida pública e
privada das pessoas.
O fascista (e socialista na juventude) Benito
Mussolini assumiu o poder na Itália em 1922 para logo implantar uma
ditadura. “O fascismo reconfigurou as relações entre o indivíduo e o
coletivo, de modo que o indivíduo não tinha direito algum fora do
interesse da comunidade”, diz o historiador americano Robert Paxton no
livro The Anatomy of the Fascism (“A Anatomia do Fascismo”).
Em
1933, o nazismo triunfou na Alemanha agregando um novo ingrediente ao
pacote fascista: a raça. Hitler quis purificar a comunidade alemã dos
seres considerados “inferiores”, entre eles judeus, homossexuais,
eslavos, deficientes físicos e mentais. Segundo o führer, era preciso
eliminar esses “bacilos” do corpo da sociedade para assegurar a
supremacia ariana. Após a Segunda Guerra, contudo, o nacionalismo deu
lugar ao mundo bipolar: EUA x URSS. As superpotências fatiaram o planeta
em áreas de influência do capitalismo e do comunismo. Na lógica da
Guerra Fria, ser extremista era vergonhoso. Mas não por muito tempo.
Cara nova
“O
neonazismo surgiu na Europa entre as correntes de direita mais
radicais. De certa forma, foi constituído pelos velhos nazistas que
sobreviveram aos expurgos do pós-guerra, principalmente na Alemanha
Ocidental”, diz Luiz Dario Ribeiro, professor de História Contemporânea
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
De fato,
muitos nazistas convictos ingressaram no serviço público alemão após a
guerra e aproveitaram os novos cargos para manter vivas as suas ideias.
Foi o caso de Hans Globke, um dos autores das discriminatórias Leis de
Nuremberg (1935) e colaborador de Adolf Eichmann, o arquiteto da
“Solução Final”. Globke virou assessor do chanceler alemão Konrad
Adenauer nos anos 50. Assim, o anticomunismo da Guerra Fria criou
condições para que o caráter nazista desses agentes fosse esquecido.
O
próximo passo deles foi criar organizações de fachada para incorporar
novos membros. O alemão Partido Nacional Democrático (NPD) e o Movimento
Social Italiano (MSI), por exemplo, eram agrupamentos nazifascistas que
se escondiam atrás de nomes simpáticos. “Os novos membros eram jovens
convencidos de que deveria haver uma luta de vida e morte contra os
comunistas”, diz Ribeiro.
Nos anos 60, o neonazismo ganhou adeptos
com a crise do colonialismo europeu. Grupos como o Occident e o
Exército Secreto Francês (OAS) atraíram nacionalistas frustrados pela
derrota da França nas guerras de independência da Indochina (1946-54) e
da Argélia (1954-62). O OAS perpetrou atentados contra argelinos e
tentou até mesmo assassinar o presidente francês Charles de Gaulle por
permitir a descolonização.
Pierre
Sidos, fundador do Occident, era filho de um membro da Milice – a
brigada paramilitar francesa que caçou judeus e membros da Resistência
durante a ocupação nazista. Sidos prosseguiu com as ideias do pai,
recrutando universitários para combater os manifestantes que pediam
reformas no Maio de 68. De Gaulle proibiu o Occident, mas vários de seus
membros integraram a Frente Nacional, fundada por Le Pen em 1972.
Os
neonazistas também buscaram reabilitar a ideologia de Hitler. E para
isso recorreram a uma teoria pseudocientífica, o revisionismo, que
acusava os vencedores da guerra de contar a História à sua maneira. O
pai do revisionismo foi o historiador francês Paul Rassinier. Ele havia
sido prisioneiro político dos nazistas mas começou a defender o Tercero
Reich depois da guerra. Ele negava o Holocausto. “Eu estive lá e não
havia câmaras de gás”, dizia. De fato. Rassinier esteve em Buchenwald,
um campo de concentração situado na Alemanha que realmente não tinha
câmaras de gás. Os campos de extermínio ficavam na Polônia ocupada, como
em Auschwitz e Treblinka, dotados de câmaras de gás e crematórios. Mas
os livros delirantes de Rassinier conquistaram leitores na Europa e
foram traduzidos nos EUA pelo historiador Harry Elmer Barnes – outro
adepto de teorias da conspiração.
Barnes dizia que os julgamentos de nazistas como Eichmann eram uma tramoia sionista e descrevia os Einsatzgruppen
(esquadrões da morte da SS) como “guerrilhas”. Outro revisionista
norte-americano, Francis Parker Yockey, tinha ideias ainda mais
estranhas. Ele defendia uma união totalitária entre a extrema direita, a
URSS e governos árabes para derrotar o “poder judaicoamericano”. Yockey
foi preso pelo FBI por fraude, com três passaportes falsos, e se matou
na prisão em 1960. Mas seu livro Imperium se tornou objeto de culto dos neonazistas.
Gangues se aliam aos partidos
O
nacionalismo sofreu uma metamorfose com a crise do petróleo de 1973. Em
meio à recessão europeia, os extremistas adotaram um novo inimigo: o
imigrante, sobretudo aquele oriundo das ex-colônias árabes. “A xenofobia
atraiu jovens desempregados e sem perspectivas para a extrema direita”,
diz Ribeiro.
Foi o caso dos skinheads, uma tribo formada nos anos
60 na Inglaterra por jovens de classe baixa que curtiam ritmos como ska
e reggae. Os skinheads originais não eram racistas (muitos eram negros
jamaicanos), mas alguns deles atacavam gays e asiáticos. E, na recessão
dos anos 70, uma ala do movimento se vinculou ao partido neonazista
inglês National Front (NF), que promovia a “superioridade branca”.
“Os
partidos de extrema direita precisavam de militância e a encontraram
nas gangues”, diz Nóbrega. Gritos de guerra xenófobos entraram para o
repertório dos hooligans – torcedores de futebol conhecidos por deixar
um rastro de vandalismo e pancadaria. O jornalista americano Bill Buford
conviveu durante quatro anos com hooligans do Manchester United, na
década de 80, e viu como eles eram facilmente recrutados pelo NF.
Mas
nem todos os brutamontes que surravam estrangeiros estavam
desempregados. Muitos aderiram à violência xenófoba por pura sede de
adrenalina. Foi o caso de Mick, o primeiro hooligan que Buford conheceu.
“Ele parecia um eletricista perfeitamente feliz, com um enorme maço de
dinheiro no bolso para comprar passagens e ver os jogos”, diz Buford no
livro Entre os Vândalos. E, enquanto cooptavam as gangues, os
partidos de extrema direita seduziam os eleitores. Em 1984, por exemplo,
a Frente Nacional obteve quase 11% dos votos dos franceses e elegeu 10
membros ao Parlamento Europeu. Um deles foi Dominique Chaboche, antigo
membro do grupo Occident.
Para recuperar terreno, partidos de
esquerda também assumiram o discurso xenófobo e racista. Entre eles o
Partido Socialista (PS) francês e o Partido Comunista Italiano (PCI),
que acusaram os imigrantes de macular a cultura nacional. O objetivo era
frear a debandada de eleitores para a direita. O resultado foi
desastroso. Judeus franceses estão arrumando malas para mudar para
Israel por medo de perseguição. De janeiro a maio, 2,5 mil franceses
emigraram, quatro vez mais que em 2013.
No fim dos anos 80, as
células extremistas já haviam erguido uma rede internacional. Ela era
articulada pelo alemão Michael Kühnen, o norueguês Erik Blücher e o
belga Léon Degrelle, um ex-general de Hitler que vivia na Espanha e
liderava o Círculo Espanhol de Amigos da Europa (Cedade). Kühnen revelou
que era gay em 1986, quando estava preso por incitar à violência. Após
sua morte em decorrência da aids, em 1991, o neonazismo na Alemanha foi
levado adiante por Christian Worch.
Nos
EUA, a rede cresceu graças a Willis Carto, fundador do Instituto para a
Revisão Histórica (IHR) e do extinto Liberty Lobby – que publicava o
jornal antissemita Spotlight. Timothy McVeigh, o terrorista que
em 1995 detonou um caminhão-bomba em frente a um edifício em Oklahoma
City, deixando 168 mortos e 700 feridos, era leitor assíduo do Spotlight. McVeigh colocou anúncios no jornal para vender munição.
Fascismo maquiado
O
grande salto da extrema direita veio após o fim da URSS, em 1991.
Grupos nacionalistas até então sufocados pelo regime soviético
despontaram no Leste Europeu. Com o fim do comunismo e a
social-democracia desmoralizada, os extremistas europeus capitalizaram
nas urnas. Na Dinamarca, por exemplo, o Partido Popular obteve 13
cadeiras no Parlamento em 1998. “O ressurgimento do fascismo na Europa
pós-Guerra Fria não é orquestrado por um ditador seguido por homens com
camisas pardas e braçadeiras com suásticas”, diz o jornalista
norteamericano Martin A. Lee no livro The Beast Reawakens (“A
Besta Desperta”). “Uma nova geração de extremistas de direita,
sintetizada pelo führer do Partido da Liberdade austríaco, Jörg Haider,
adapta sua mensagem e seus modos aos novos tempos.”
Haider foi
duas vezes governador do estado da Caríntia, na Áustria, e só não foi
mais longe porque morreu num acidente de carro em 2008. Mas outros
líderes como ele têm chegado lá. O búlgaro Volen Siderov ficou em
segundo lugar nas eleições presidenciais em 2006. Seu partido, Ataka
(“Ataque”), é hoje o quarto maior da Bulgária, com 23 cadeiras no
Congresso.
Graças à internet, os extremistas propagam sua
animosidade de forma simples e barata. Um dos primeiros sites de ódio
foi o Stormfront, criado em 1995 por Don Black, ex-líder da Ku Klux
Klan. Hoje o site conta com 250 mil membros e um fórum online com mais
de 9 milhões de posts. A nebulosa virtual inclui o site Radio Islam, que
dissemina propaganda antissemita em 23 idiomas. Esses portais seguem a
tática de Hitler: usar a democracia para propagar mensagens
antidemocráticas.
“Como a liberdade de expressão é um dos bens
mais apreciados em qualquer democracia, ela não pode ser regulada de
antemão. Cada caso tem que ser analisado”, diz Sergio Widder,
representante do Centro Simon Wiesenthal para a América Latina. E nenhum
país preza a liberdade de expressão mais do que os EUA. Isso explica
por que muitos neonazistas hospedam seus sites em território
norte-americano.
ELES ESTÃO ENTRE NÓS Cresce o número de brasileiros envolvidos com o neonazismo |
O
neonazismo também se prolifera no Brasil, porém de forma mais
clandestina do que na Europa. Os adeptos dificilmente mostram a cara em
manifestações públicas, mas estão bem organizados e encontraram na
internet o meio ideal para disseminar ideias antissemitas e racistas.
Aproximadamente 150 mil brasileiros baixam mensalmente mais de 100
páginas com esse tipo de conteúdo, de acordo com a antropóloga Adriana
Dias, que estuda o tema há 12 anos. A pesquisadora mapeou o neonazismo no país e monitora o movimento na internet. Entre 2002 e 2009, o número de sites específicos saltou de 7,6 mil para 20,5 mil, um aumento de 170%. Nos últimos nove anos, o número de blogs cresceu mais de 550%. A internet é hoje o meio de comunicação usado para expressar os mais variados tipos de intolerância. Em novembro de 2010, na eleição de Dilma Rousseff – a candidata mais votada no Nordeste –, 3 mil denúncias de manifestações preconceituosas nas redes sociais foram feitas na SaferNet Brasil, entidade de combate a crimes e violação aos direitos humanos na internet. Com uma grande população de origem alemã, o Sul é a região de maior concentração de neonazistas. Em São Paulo e Distrito Federal, o movimento também vem crescendo, de acordo com o estudo. Não existe um pensamento único entre os neonazistas brasileiros. Em 2009, o estudante de arquitetura Bernardo Dayrell Pedroso, de 24 anos, uma liderança nacional de extrema direita que estava criando uma dissidência entre mineiros e paulistas, foi assassinado. Ele e a namorada, Renata Waeschter Ferreira, de 21 anos, foram mortos a tiros na volta de uma festa de comemoração dos 120 anos de Adolf Hitler. "Precisamos estar alertas para combater esse tipo de crime”, diz Anita Novinsky, professora da Faculdade de História da Universidade de São Paulo, ao se referir às manifestações racistas que proliferam na internet e ao crescimento de grupos radicais no país. “Não podemos esquecer que o nazismo ganhou corpo e criouuma política de extermínio em apenas seis anos na Alemanha.” Anita veio da Cracóvia, Polônia, pouco antes da Segunda Guerra, com os pais, para escapar do massacre que estava por vir. Mas a maioria dos parentes dela foi parar em campos de concentração. “A mídia é capaz de transformar qualquer país em qualquer coisa. É muito perigoso, principalmente se houver apoio do governo. Por sorte, o Brasil é um país democrata, com leis rígidas para coibir a intolerância racial, de classes ou de gêneros”, afirma a professora. |
Por suas
leis permissivas, os países escandinavos se transformaram em refúgio de
extremistas. Não é à toa que o marroquino Ahmed Rami, fundador da Radio
Islam, reside na Suécia. Redes de skinheads, como Combat 18 e Blood
& Honour, também difundem sua mensagem através de DVDs, CDs e shows
ao redor da Europa sob o olhar complacente da polícia.
“Precisamos
encontrar respostas que se adaptem aos novos desafios. Não podemos
confrontar o nazismo do século 21 da mesma forma que nos anos 80”, diz
Widder. Em 2010, por exemplo, a Rússia proibiu a publicação de Minha Luta,
a autobiografia de Hitler, para tentar conter o extremismo. Mas o livro
está disponível na web, virou best-seller entre os ebooks e tem mais de
100 versões à venda na Amazon. “A obra de Hitler é uma fonte para quem
estuda o nazismo. Não sei se proibir o livro é a melhor resposta. Vamos
censurar o acesso à internet?”, diz Widder.
Encontrar respostas é
difícil numa era em que a xenofobia existe até em governos democráticos –
a França expulsou mais de 20 mil ciganos nos últimos anos. E o nazismo
volta a assombrar quase sete décadas após a derrota alemã na guerra.
Segundo estudo da Universidade de Leipzig, um em cada seis alemães
orientais tendem à extrema direita. Em 2002, era só um em cada doze. Na
Espanha, 18 mil tweets “#putosjudios” (putos judeus) foram postados após
a vitória do Maccabi Tel Aviv sobre o Real Madrid, em maio passado, na
Euroliga de Basquete – e houve comentários racistas durante a Copa do
Mundo contra torcedores brasileiros.
“A História é cíclica: tende a
se repetir. E ela nos mostra que esse tipo de ideologia é nocivo.
Começa pequeno e vai crescendo por meio da demagogia, muitas vezes com
um discurso maquiado”, diz Carlos Reiss, coordenador-geral do Museu do
Holocausto de Curitiba, único do gênero no Brasil. Aqui, aliás, páginas
do Facebook cultuam a supremacia branca com ofensas a negros e índios.
“Não somos racistas, somos orgulhosos”, proclama uma delas, que tem mais
de 8 mil likes.
O PERFIL DO INTOLERANTE |
• Há 300 grupos neonazistas, 90% deles se concentram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. |
• Os integrantes são brancos, homens e jovens. A maioria com ensino superior. |
• Para se inserir nas células, é necessário enfrentar um ritual de iniciação. Geralmente, espancar um negro ou judeu na rua. |
• Se aceito no movimento, o novato recebe senha para acessar um manual, que lhe dirá, entre outras coisas, como reconhecer um útero branco – a mulher perfeita para procriação de um neonazista. |
• Mulheres não são muito ativas no movimento. |
• A maioria tem dificuldade de socialização. |
• Acham que os brancos perderam o poder desde a eleição de Lula. Isso tem a ver com o preconceito contra nordestinos e à ascensão da nova classe média. |
• São fundamentalistas religiosos – o que ajuda a confundir liberdade religiosa com crimes de ódio.* |
SAIBA MAIS
Livros
The Anatomy of the Fascism, Robert Paxton, Vintage, 2005
Entre os Vândalos, Bill Buford, Companhia de Bolso, 2010
The Beast Reawakens, Martin A. Lee, Routledge, 1999
Antissemitismo e Nacionalismo, Negacionismo e Memória, Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus, Unesp, 2006
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