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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Sítios arqueológicos de Carangola são afetados por obras do mineroduto de Eike Batista.


O novo traçado programado pela empresa Anglo e aprovado pelo Ibama (para o Mineroduto ligado ao 
projeto de instalação do Complexo Portuário do Açu, idealizado pelo empresário Eike Batista) passa por três sítios arqueológicos, conhecidos como Córrego do Maranhão, Toca dos Puris e um recém-descoberto sítio arqueológico que fica no imóvel Fazenda Santa Cruz, no distrito mineiro de Alvorada, todos no município mineiro de Carangola. Segundo o procurador Lucas Moraes, as escavações da Anglo no Córrego do Maranhão já ocasionaram prejuízos irreparáveis aos bens culturais da região. No local, havia uma antiga aldeia Tupi Guarani do ano 400 depois de Cristo, sendo o mais antigo sítio arqueológico dessa natureza na zona da mata mineira, que foi destruído pelas obras da empresa, segundo as investigações do MPF/MG. Pelo crime ambiental, a Anglo foi multada em R$1,2 milhão, que está sendo aplicado na construção do primeiro Centro de Referência em Arqueologia (CRA) no Estado de Minas Gerais.

A Toca dos Purís, que abriga um cemitério indígena do século XVIII, ainda não sofreu a degradação das escavações, assim como o sítio da fazenda Santa Cruz, que começou a ser ocupada pela Anglo na sexta-feira passada ((23). “Na fazenda Santa Cruz, os pesquisadores encontraram restos de cerâmica de origem pré-colombiana, que estão espalhados numa área bastante extensa, que com a trepidação dos maquinários pesados podem ser completamente destruídos”, ressaltou o procurador.

A advogada Carla de Araújo, que representa a família Musse, proprietária do Sítio Santa Cruz, entrou com ação civil no Ministério Público Federal solicitando que as obras da Anglo sejam delimitadas à uma área de 50 metros do sítio arqueológico. As atividade iniciadas no local na semana passada, estão à apenas 25 metros da reserva cultural. “Essa distância não é segura para a preservação do bem recém-descoberto, de acordo com o alerta de arqueólogos que estiveram na fazenda para avaliar a situação. Porém, o IPHAN [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] liberou a mudança proposta da Anglo, diminuindo a distância entre as escavações e o sítio arqueológico”, contou a advogada. Segundo Carla, existe um caminho alternativo na parte detrás da fazenda, que poderia ser utilizada pela empresa. “Isso prova a falta de critério nas atividades da Anglo, que não prisma pela preservação do meio ambiente”, destacou ela.

Reportagem completa: http://migre.me/fWMJb

A Equipe de pesquisadores do MAEA UFJF realizando uma
 Campanha de Escavação Arqueológica
no sítio Córrego do Maranhão situado
 no distrito de Alvorada, município de Carangola MG.

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