" História, o melhor alimento para quem tem fome de conhecimento" PPDias

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Bucéfalo, o cavalo de Alexandre


"Aos 12 anos, Alexandre iniciou um dos principais relacionamentos de sua vida, com um cavalo. O amigo Demarato ofereceu a Felipe um enorme garanhão preto por 13 talentos, mais de três vezes a quantia já paga por um cavalo. Felipe deu ordens para levarem o cavalo, mas o animal empinou e recuou, recusando-se a obedecer. Felipe estava preste a desistir de comprá-lo, quando Alexandre se ofereceu para domar o garanhão. Alexandre segurou-o pelo cabresto, lhe fez uma carícia e o acalmou. Em seguida, montou o cavalo e partiu a galope diante do aplauso geral. Felipe disse orgulhoso que a Macedônia nunca conseguiria reprimir um menino como ele. Ou assim conta a história. Alexandre percebera que o cavalo tinha medo de sua sombra. ao virar sua cabeça em direção ao sol, ele superou o medo do cavalo.
Alexandre batizou-o de Bucéfalo, por causa da "cabeça semelhante à de um boi", com uma marca branca. Bucéfalo foi amigo inseparável de Alexandre e o acompanhou nas campanhas pelo mundo distante. Alexandre montou-o em todas as principais batalhas e ensinou-o a se ajoelhar à sua frente, mesmo com a armadura. Quando as tribos das montanhas perto do Mar Cáspio raptaram o cavalo, a raiva de Alexandre foi tão terrível que elas o devolveram imediatamente. 
Alexandre Montou pela última vez em Bucéfalo na batalha contra o rajá indiano Poro em 326 a.C. Logo depois Bucéfalo morreu em razão da idade avançada, talvez com 30 anos. (Os gregos não sabiam calcular a idade de um cavalo pelos dente, um método padrão.) Alexandre homenageou seu adorado garanhão com a fundação da cidade de Bucéfala no norte do atual Paquistão." 

Fonte: RODGERS, Nigel - A Extraordinária História de Alexandre, o Grande;  São Paulo - 2015 - M. Books do Brasil Editora Ltda.





quarta-feira, 13 de julho de 2016

Dia mundial do Rock




Em 13 de julho de 1985, Bob Geldof organizou o Live Aid, um show simultâneo em Londres na Inglaterra e na Filadélfia nos Estados Unidos. O objetivo principal era o fim da fome na Etiópia e contou com a presença de artistas como The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, U2, Paul McCartney, Phil Collins (que tocou nos dois lugares), Eric Clapton e Black Sabbath.
Foi transimtido ao vivo pela BBC para diversos países e abriu os olhos do mundo para a miséria no continente africano. 20 anos depois, em 2005, Bob Geldof oragnizou o Live 8 como uma nova edição, com estrutura maior e shows em mais países com o objetivo de pressionar os líderes do G8 para perdoar a dívida externa dos países mais pobres erradicar a miséria do mundo.
Desde então o dia 13 de julho passou a ser conhecido como Dia Mundial do Rock.


Clique na imagem abaixo e vejo um infográfico da História do Rock

sábado, 9 de julho de 2016

Documentário - Menino 23


SÃO PAULO (Reuters) - Apoiado numa pesquisa de doutorado do historiador Sidney Aguilar Filho, o documentário de Belisário Franca, “Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil”, denuncia uma clandestina experiência de virtual escravização de um grupo de 50 garotos negros e órfãos, retirados em meados dos anos 1930 de um orfanato carioca (Romão de Mattos Duarte), para uma fazenda no interior paulista, em Campina do Monte Alegre.
O criminoso experimento de limpeza étnico-social estava enraizado numa política eugenista, que acontecia no Brasil no contexto internacional de crescimento do nazismo e do fascismo, que no país se expressava também pela vertente integralista.
Tijolos com a suástica, aliás, ainda hoje podem ser encontrados nas imediações da fazenda, então de propriedade da família Rocha Miranda – cujos integrantes foram procurados mas não quiseram manifestar-se no filme. De todo modo, as provas mais evidentes são mesmo os documentos do orfanato, que contêm os nomes dos garotos – todos entregues aos cuidados de um único tutor, da família Rocha Miranda – e mais ainda os relatos em primeira pessoa de dois sobreviventes, Aloísio Silva e Argemiro Santos, ambos nonagenários, e da família de um terceiro, José Alves de Almeida, que era chamado de “Dois”.
Ser chamado por um número – como acontecia aos prisioneiros de campos de concentração -, aliás, era a regra. O próprio sr. Aloísio era o “23” que dá título ao documentário. É dele o depoimento mais doloroso sobre os tempos passados na fazenda, em que os garotos eram submetidos a uma estafante rotina diária, que incluía trabalho na roça e com animais, sem recebimento de qualquer remuneração, banhos frios, castigos físicos e nenhum contato externo. Qualquer semelhança com uma prisão, portanto, não era mera coincidência. Era uma experiência de aguda desumanização, cujos efeitos se fazem sentir até hoje nestes sobreviventes e mesmo em seus familiares.
A primeira pista da história surgiu, justamente, quando uma das alunas de Sidney Aguilar lhe trouxe um dos tijolos com a suástica – um símbolo que aparecia também no gado da fazenda, marcado com ele, como se descobriu em imagens da época. O contato com o cineasta Belisário Franca deu-se bem depois, quando o historiador pesquisava para o seu doutorado e já havia descoberto o sr. Aloísio, na época com 89 anos, o que deu a medida da urgência de filmá-lo.
No decorrer da produção do filme, que durou mais de quatro anos, a primeira providência foi foi filmar esses sobreviventes – o sr. Argemiro, localizado depois, também contava 89 anos. Depois disso é que foram realizadas outras pesquisas que permitiram, como o diretor pretendia, dar mais consistência e contexto à espantosa história.

A contextualização é bem realizada no documentário, que recorre a imagens da época, bem como a pesquisas dando conta de que a Constituição de 1934 continha até mesmo um artigo eugenista (o de número 138).
O planejado encontro entre os sobreviventes Aloísio (que morreu depois do filme) e Argemiro acabou não acontecendo devido a dificuldades extremas de locomoção de Argemiro, um ex-marinheiro residente em Foz do Iguaçu.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

Fonte: Reuters

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Vestuário e higiene no Brasil colônia.

  Da imposição de vestuário europeu a populações habituadas à pura nudez ou a cobrirem-se apenas o bastante para lhes decorar o corpo ou protegê-lo do sol, do frio ou dos insetos conhecem-se hoje os imediatos e profundos efeitos disgênicos. Atribui-se ao seu uso forçado influência não pequena no desenvolvimento das doenças da pele e dos pulmões que tanto concorrem para dizimar populações selvagens logo depois de submetidas ao domínio dos "civilizados"; doenças que no Brasil dos séculos XVI e XVII foram terríveis.
    O vestuário imposto aos indígenas pelos missionários europeus vem afetar neles noções tradicionais de moral e higiene, difíceis de se  substituírem por novas. É assim que se observa a tendência, em muitos dos indivíduos de tribos acostumados à nudez, para só se desfazerem da roupa européia quando esta só falta largar de podre ou de suja. Entretanto são povos de um asseio corporal e até de uma moral sexual às vezes superior à daqueles que o pudor cristão faz cobrirem-se de pesadas vestes.
     
Banhos públicos romanos. Pompeianas no Frigidarium,
 pintado por Pedro Weingartner 1897.
 
Quanto ao asseio do corpo, os indígenas do Brasil eram decerto superiores aos cristãos europeus aqui chegamos em 1500. Não nos esqueçamos de que entre estes exaltam-se por essa época santos como Santo Antão, o fundador do monaquismo, por nem os pés dar-se à vaidade de lavar; ou como São Simeão,  o Estilita, de quem se sentia a inhaca do sujo. E não seriam os portugueses os menos limpos ente os europeus do século XVI, como a malícia antilusitana talvez esteja a imaginar; mas, ao contrário, dos mais asseados, devido à influência dos mouros. 
(...)
     Pela Europa os banhos à romana, ou de rio, às vezes promíscuos, contra os quais por muito tempo a voz da Igreja clamara em vão, haviam cessado quase de todo, depois das Cruzadas e dos contatos comerciais mais íntimos com o Oriente. O europeu se contagiara de sífilis e de outras doenças, transmissíveis e repugnantes. Daí resultara o medo ao banho e o horror à nudez. 
      Em contraste com tudo isso é que surpreendeu aos primeiros portugueses e franceses chegados nesta parte da América um povo ao que parece sem mancha de sífilis na pele; e cuja maior delícia era o banho de rio. Que se lavava constantemente da cabeça aos pés; que se conservava em asseada nudez; que fazia uso de folhas de árvores, como os europeus ainda mais limpos de toalhas de enxugar as mãos e de panos de limpar menino novo; que ia lavar no rio a sua roupa suja, isto é, as redes de algodão - trabalho esse, a cargo dos homens. 
                 Adaptado de: FREYRE, Gilberto, Casa-grande e senzala, São Paulo, Circulo do Livro, p. 143-7. 1. ed., 1933.



Leia também: http://www.fatoscuriososdahistoria.com/2016/06/habitos-higiene-brasileiros.html

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