" História, o melhor alimento para quem tem fome de conhecimento" PPDias

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Professores de história buscam ambiente pedagógico favorável à criatividade


Pesquisa realizada no Distrito Federal mostra o empenho dos professores de história em criar um ambiente pedagógico favorável à criatividade. Os professores ouvidos reconhecem a necessidade de criar condições para o desenvolvimento do potencial criativo do aluno e buscam alternativas didáticas inovadoras que possam tornar o ambiente pedagógico mais atraente.
As conclusões são da própria autora da pesquisa, Maria de Fátima Magalhães Mariani, que entrevistou 16 professores de história de 5ª a 8ª série (6º a 9º ano) de cinco escolas públicas e cinco particulares de Brasília, com dois anos de experiência, pelo menos. O trabalho fez parte de sua dissertação de mestrado em psicologia, intitulada Criatividade no trabalho docente segundo professores de história: limites e possibilidades, apresentada em 2001, na Universidade Católica de Brasília.
Professora de história, já aposentada, com atuação no ensino fundamental e médio da rede pública do Distrito Federal e nas áreas de alfabetização e educação de adultos, atualmente Fátima Mariani é aluna de graduação em psicologia. Na época em que fez a pesquisa, ela trabalhava como coordenadora pedagógica em uma escola pública de Brasília e observou que suas limitações no trabalho docente eram semelhantes às dos colegas. “O que mais me angustiava era não conseguir que todos os meus alunos se interessassem pelas aulas de história. Nem mesmo com os recursos audiovisuais conseguia a atenção de todos”, conta Fátima Mariani.
Segundo ela, as notas em média eram boas, mas tinha muita dificuldade em conseguir que os alunos fizessem silêncio a fim de explicar o conteúdo. “No fim do turno estava rouca, estafada e desmotivada.” Ao relacionar aspectos do trabalho pedagógico com criatividade surgiu a questão: "como tornar as minhas aulas mais atrativas para mim e para meus alunos?" Foi aí que pensou que seria interessante conhecer a percepção dos professores de história sobre criatividade, quais as barreiras e as possibilidades encontradas no trabalho docente.
Fátima Mariani diz que a pesquisa selecionou duas categorias de facilitadores e de limitações relacionadas com a organização do trabalho pedagógico e com aspectos pessoais de cada participante. Com relação à organização do trabalho pedagógico, ela salienta que o aluno foi indicado como facilitador e limitador da expressão criativa do professor. “Este dado é bastante relevante e deve ser pesquisado, trazendo de novo a questão do relacionamento professor-aluno”, destaca.
Os facilitadores mais enfatizados pelos professores foram liberdade e paixão pelo trabalho. Entre os limitadores, os mais destacados foram a falta de habilidade na relação com o aluno, o medo de desafios, falta de tempo, sobrecarga de trabalho e exigências administrativas.
“Descobri que não há muita diferença entre os docentes dos dois tipos de escola quanto aos problemas pedagógicos, diz Fátima Mariani. De maneira geral acredita, as semelhanças são relativas a problemas na relação professor-aluno e queixas dos professores com relação às instituições, tais como rigidez, estruturas fechadas à inovação e pouca abertura à participação da comunidade escolar nas decisões da escola.
(Fátima Schenini)

domingo, 24 de abril de 2011

Estudar pra quê?

HOUVE UM TEMPO em que os adultos diziam às crianças que elas deviam estudar para “ser alguém na vida". Hoje, se ainda há os adultos que fazem tal coisa, fazem-no por hábito, não mais por convicção. Esse conselho era dado a qualquer criança, mesmo àquelas pertencentes às melhores famílias, que tinham boa educação de berço e bons exemplos em casa; aos alunos mais bem comportados, inteligentes e moralizados. É que “ser alguém na vida" não tinha a ver, necessariamente, com os valores intrinsecamente humanos. Era uma referência direta ao prestígio social. Nesse caso, os valores que se tinham em mente ao se falar sobre “ser alguém na vida" eram os valores financeiros. “Ser alguém na vida" era conseguir uma boa profissão. Nas relações sociais, a profissão era, e é, mais importante do que a própria pessoa. Se alguém lhe pergunta “O que você é” e você responde: “sou médico”, ou “sou carroceiro”, ou “sou deputado”, aí já vai se definido claramente se você é ou não é alguém na vida. Os valores eminentemente humanos de um indivíduo não estão, necessariamente, ligados à profissão que ele tem ou ao seu grau de escolaridade, mas, nas relações sociais, é isso que "manda". É basicamente porque a profissão tem essa responsabilidade sobre o significado existencial de um indivíduo sobre a face da terra, que os pais que amavam seus filhos lhes diziam, naquele tempo remoto: “Estuda, meu filho!”
            Assim, por força desse argumento, muitas crianças estudaram e realmente se tornaram alguém na vida. Mas isso já faz tanto tempo! A realidade, hoje, é outra. Há muita gente estudando até além da conta e, mesmo assim, continua não sendo ninguém na vida. Há uma multidão de diplomados com seus diplomas envelhecendo dentro de uma mala de papelão, sem ter o que fazer com eles. 
            Na infância, o meu pai era um menino que se destacava pela sua inteligência, pois sabia fazer conta na cabeça como ninguém conseguia. Mas ele não chegou a estudar em escola, porque isso era um luxo muito grande naquela época. Pouco depois a meninada começou a ir para a escola, e quem fazia as quatro primeiras séries do ensino primário tinha um bom título acadêmico nas mãos. Aí, veio uma época em que quem cursava o Ensino Fundamental completo era um privilegiado, e quem tirava o diploma de “segundo grau” (Ensino Médio) era doutor.
           Frequentar uma Faculdade, desde que esta foi fundada em 1088, na Itália, até há pouco tempo, na década de 1980, era apenas um sonho, e que a maioria das pessoas preferia nem sonhar para não gastar o pensamento com coisas decididamente impossíveis. Mas, no final do século XX, aconteceu uma revolucionária convergência de interesses: Todo mundo queria entrar na Faculdade, e a Faculdade queria colocar todo mundo dentro dela. É que a tendência do sistema educacional era transformar o ensino em um gigante e lucrativo mercado. Faculdades particulares começaram a ser fundadas em todos os cantos do país e, não passou muito tempo, todas elas se abarrotaram de alunos. Na condição de “produto” da grande feira pós-moderna, o ensino, que no passado era buscado com sacrifício pelos estudantes, agora busca alunos. Passaram a existir os marketeiros que “vendem” as vagas nas Faculdades. Oferecem-nas em escolas de Ensino Médio da mesma forma como se oferece qualquer outra mercadoria. Apresentam condições de pagamentos as mais variadas, os descontos, os brindes, as promoções. E assim, estando o ensino enquadrado na mesma lei de mercado que rege qualquer outro produto, o aumento da oferta lhe impôs o barateamento, massificando, desse modo, sua aquisição pelos estudantes. Já, aqui, o termo “estudantes” começa a cair em desuso. Desse momento em diante, as faculdades, bem como as escolas particulares, pelo seu modo de recrutar e tratar os alunos, os encaram, precipuamente, como “clientes”, e não propriamente como estudantes.
          No século XXI, todo mundo tem diploma. Assim como os cientistas elegeram a década de 1990 como a “década do cérebro”, os educadores poderiam, com muita razão, rotular a década de 2000 como a “década do diploma”. E nesses tempos em que as leis que regem a Educação não são apenas as de Diretrizes e Bases, mas também (e especialmente), as leis de mercado, o valor dos estudos começou a ser medido pela dinâmica comercial: Como a lei de mercado confere valor àquilo que é raro e torna desprezível aquilo que existe em grande quantidade, diploma tornou-se uma coisa que não vale quase nada, ou nada, a partir do momento em que todo mundo passou a tê-lo. 
          Exagero? Não. Os fatos atestam. Hoje em dia assistimos a certas bizarrices, como, por exemplo, o concurso público para garis, no Rio de Janeiro, em outubro de 2009, no qual, entre os candidatos que disputavam as oportunidades de se agarrarem a um cabo de vassoura, estavam inscritos 45 indivíduos com título de Doutorado, 22 com título de Mestrado e mais de mil (!) com formação em Nível Superior completo. E para deixar bem claro que não é a profissão de gari que está se elevando no statussocial, mas, sim, os títulos acadêmicos que perderam o seu valor, o jornalista da TV Bandeirantes, Boris Casoy, ao ver dois garis aparecendo numa chamada televisiva, desejando feliz Ano Novo, disse para todo o Brasil escutar: “Que merda... dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho" (grifos nossos) (Jornal da Band, 31 de dezembro de 2009).
          Até aqui escrevi sobre o fato de o ensino ter virado uma grande feira. Mas a degeneração da Educação não para por aí. A Educação neste país pode estar inaugurando (oficialmente) uma nova fase de sua decadência: O deputado mais votado do Brasil nas eleições de 2010 foi um palhaço profissional, conhecido como Tiririca. Mal ele se apresentou à Câmara, e foi logo indicado para integrar a Comissão de Educação e Cultura. Em outras palavras, isso parece insinuar que a Educação pode estar se tornando um grande circo.
          Por tudo isso é que, no girar da história, aquele conselho tão bem intencionado de nossos pais sobre estudar para “ser alguém” na vida perdeu totalmente o seu sentido e a sua verdade. Hoje, a voz que nos aconselha o estudo sussurra frágil e desanimada, ao mesmo tempo em que ruge uma outra voz, muito mais robusta e cheia de escárnio, que pergunta: Estudar pra quê?    
    

Jose Fernandes
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Acompanhem os textos e demais trabalhos do autor pelos seguintes links:

sábado, 23 de abril de 2011

Personalidades históricas: Victor Hugo

A riqueza imagística e formal de sua lírica fez de Victor Hugo o maior poeta romântico francês, também principal mentor do romantismo em seu país e um de seus mais importantes prosadores. Como político, evoluiu da postura conservadora e monarquista para o liberalismo reformista e os ideais revolucionários.
Victor Hugo (1802 - 1885
Victor-Marie Hugo nasceu em Besançon em 26 de fevereiro de 1802. Filho do general napoleônico Joseph-Léopold-Sigisbert Hugo, passou na juventude temporadas na Itália e na Espanha. Estudou direito em Paris e, antes dos 18 anos, escreveu o romance Bug-Jargal, sobre uma revolta de negros em São Domingos. Fundou e dirigiu uma revista, Conservateur Littéraire (1819-1821). Estreou com Odes et poésies diverses (1822), obra que lhe valeu uma pensão de Luís XVIII. Pouco depois casou-se com Adèle Foucher.
Han d'Islande, de 1823, é tido como seu primeiro romance (já que Bug-Jargal só saiu em 1826) e a partir desse momento começou a se aproximar das idéias românticas. Cromwell (1827), sua primeira peça teatral, era longa e impossível de encenar. O prefácio da obra, contudo, projetou Hugo como líder do movimento romântico na França. Nele, opondo-se ao classicismo no teatro, o autor propunha o abandono das três unidades dramáticas e a mistura dos gêneros, com a coexistência do sublime e o grotesco. Seguiram-se as vaias ao drama Amy Robsart (1828) e o veto da censura à peça Marion Delorme (1829). Compensou tais frustrações o sucesso dos poemas de Les Orientales (1829; As orientais), do romance Le Dernier Jour d'un condamné (1829; O último dia de um condenado), apelo ao fim da pena de morte, e do drama Hernani (1830), exaltação do herói romântico, em luta contra a sociedade. Hernani suscitou pugilatos na platéia enquanto esteve em cartaz.
Victor Hugo apoiou a revolução de julho de 1830 e a ascensão da monarquia constitucional de Luís Filipe. Nesse período, muito fecundo apesar da vida conjugal infeliz, publicou Feuilles d'automne (1831; Folhas de outono), de poemas intimistas; Notre-Dame de Paris (1831; Nossa Senhora de Paris), romance medievalista centrado na tragédia do corcunda Quasímodo e da cigana Esmeralda; peças como Le Roi s'amuse (1832; O rei se diverte); as coletâneas poéticas Chants du crépuscule (1835; Cantos do crepúsculo) e Voix intérieures (1837; Vozes interiores); o drama Ruy Blas (1838) e nova coletânea de poemas, Les Rayons et les ombres (1840; Luzes e sombras). Em 1841, foi eleito para a Academia Francesa.
A esse tempo, Victor Hugo prosseguia sua ligação, iniciada em 1833, com a jovem atriz Juliette Drouet, que a ele se devotaria até morrer, dois anos antes do poeta. Em 1843 iniciou-se uma fase dolorosa na vida de Hugo: abandonou o teatro, ante o fracasso da peça Les Burgraves, e perdeu a filha mais velha, Léopoldine, afogada por acidente no Sena, junto com o marido. Após a revolução de 1848, Hugo tornou-se republicano e passou a combater Napoleão III. O golpe de 1851 levou-o ao exílio, definido por ele como "uma espécie de longa insônia" que duraria quase vinte anos, 15 dos quais na ilha inglesa de Guernsey.
Foi esse, no entanto, o período mais fértil de sua vida literária. Em poesia, destacam-se Les Châtiments (1853; Os castigos), de sarcásticos versos políticos; Les Contemplations (1856; As contemplações), com o melhor de sua lírica; a primeira série do ciclo épico La Légende des siècles (1859; A lenda dos séculos); e Chansons des rues et des bois (1865; Canções das ruas e dos bosques). Em prosa, são dessa época seus melhores romances, que constituem propostas de reforma social: Les Misérables (1862; Os miseráveis), Les Travailleurs de la mer (1866; Os trabalhadores do mar) e L'Homme qui rit (1869; O homem que ri).
Paris parou para o último adeus ao poeta e
 escritor Victor Hugo (1802-1885).
Anistiado por Napoleão III em 1859, Hugo não quis deixar Guernsey e só retornou à França em 1870. Recebido em triunfo, elegeu-se deputado, cargo ao qual renunciou depois. Não aderiu à Comuna de Paris mas, em 1876, como senador, fez vigorosa defesa da anistia aos communards. Vivia então a plenitude de sua glória nacional e internacional. Salientam-se, nessa época, os poemas de L'Année terrible (1872; O ano terrível), o romance Quatre-ving-treize (1874; Noventa e três), a segunda série de La Légende des siècles (1877-1883) e L'Art d'être grand-père (1877; A arte de ser avô).
Victor Hugo influenciou fortemente a literatura ocidental. Entre seus seguidores no Brasil, o mais célebre é Castro Alves. Morreu em Paris, em 22 de maio de 1885.

Os campos de concentração não foram criados pelo nazistas.

Os líderes do Terceiro Reich desenvolveram esse sistema de aprisionamento durante a Segunda Guerra Mundial para prender comunistas, judeus, homossexuais e ciganos, certo? Errado!
por Olivier Tosseri

É preciso distinguir os campos de extermínio, organizados pelos nazistas durante os anos finais da Segunda Guerra, dos campos de concentração. Os primeiros surgiram para viabilizar a “solução final” – o extermínio dos judeus aprisionados até então pela ditadura de Hitler. Já os segundos foram criados no final do século XIX e não são uma invenção alemã.

Os nazistas transformaram esse tipo de prisão em
 verdadeiros centros de extermínio, como Auschwitz (foto)
O surgimento do arame farpado permitiu cercar e isolar enormes porções de terra a um custo muito baixo. Essas áreas serviam inicialmente para encarcerar opositores políticos, inimigos estrangeiros, minorias étnicas ou grupos religiosos específicos. O recurso era usado geralmente em situações de guerra, e os prisioneiros eram confinados sem julgamento prévio. O sistema foi aplicado pela primeira vez pelos espanhóis durante a Guerra de Independência de Cuba (1895-1898) para impedir que grupos de civis apoiassem rebelião.

No entanto, a primeira utilização do termo “campo de concentração” é atribuída aos britânicos, que construíram mais de 100 deles durante a Guerra dos Bôeres (1899-1902). Nesses espaços de confinamento eram internadas as famílias de colonos holandeses e franceses que tiveram suas propriedades destruídas durante os combates na África do Sul. Ao todo, mais de 120 mil pessoas foram detidas, especialmente idosos, mulheres e crianças.

As condições de vida nos campos ingleses eram péssimas devido à insalubridade dos abrigos e ao constante racionamento de água e de alimentos. Doenças como a febre tifoide e a disenteria, aliadas à falta de higiene e de material médico, mataram cerca de 30 mil pessoas, mais de 70% delas crianças.


Infelizmente, essa forma de aprisionamento foi aplicada com certo sucesso ao longo de todo o século XX. Em 1904, por exemplo, os alemães invadiram a Namíbia e montaram campos de concentração para eliminar os nativos, pertencentes à etnia #herero#. Nesse período inicial, os oficiais germânicos já realizavam experiências médicas com os prisioneiros.

A França, por sua vez, construiu campos de concentração durante a Primeira Guerra Mundial para reagrupar cidadãos alemães e austro-húngaros em seus territórios originais. A experiência foi reeditada em 1939, principalmente na região do Rossilhão, no sul do país, para reunir os refugiados republicanos da Guerra Civil Espanhola.

Apesar de tudo, os maus-tratos e o trabalho forçado ainda não haviam sido sistematizados. Essas práticas se tornaram comuns com o surgimento de regimes totalitários, como o soviético, que multiplicou os chamados gulags para prender opositores do governo instaurado pela Revolução Russa.

Desde então, a guerra deixou de ser a única situação que legitimava essa forma de aprisionamento. Stalin desenvolveu técnicas de confinamento do tipo em seu país ao longo da década de 1930, mesma época em que foram abertos os primeiros campos de concentração nazistas, começando por Dachau, em 1933. Hitler racionalizou esse tipo de internação e criou, finalmente, o campo de extermínio. Era inaugurada uma etapa de industrialização da morte, cujo resultado seria a “solução final”.

[ Fonte: História Viva ]

Sete maravilhas do mundo antigo: O Farol de Alexandria.


Fonte: site da Revista Aventuras na História 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Breve história do chocolate



Ele nasceu como a bebida preferida dos deuses maias. Virou moeda para os astecas e se tornou barra no século 19, na Europa. Alimentou o exército americano na Segunda Guerra e a ciência descobriu suas capacidades antidepressivas. Nos últimos 3.500 anos, o alimento feito à base de cacau já passou por quase todo tipo de forma, cor e sabor – bombom, oval, branco, amargo. É tanta polivalência que até uma versão inalável surgiu em 2009.
Entre 1.500 a.C e 200 d.C. 
Sementes de Cacau

Por meio de análises de DNA, cientistas apontam o norte da América do Sul como o berço do cacau. Viajantes das rotas comerciais carregam as sementes para a América Central. 

250-900 d.C. 
No México, os maias utilizam cacau como oferenda aos deuses. A semente começa a ser processada. Depois de fermentada, secada, tostada e moída, é obtida uma pasta, que é misturada a água, pimenta e farinha de milho. Surge a primeira forma do chocolate 

1400 
Astecas dominam a civilização maia. O cacau serve de alimento para o deus Tenochitlán. A bebida só circula entre nobres. Adoçada com mel e especiarias, ganha o nome de cacauhatl (água de cacau) ou xocoatl (água amarga) 

1513 
O cacau já funcionava como moeda entre maias e astecas e, com o domínio dos espanhois, a partir de 1502, o uso continua. O espanhol Fernando de Oviedo y Valdez comprou um escravo por cem sementes de cacau. Dez sementes pagavam uma prostituta e quatro davam direito a um coelho no jantar 

1521 
O primeiro navio espanhol carregado de sementes de cacau chega à Europa. Os espanhóis adicionam açúcar à bebida dos astecas. 

1600-1799 
O chocolate quente vira sensação na Europa. A rainha Anna, da Áustria, vira “chocólatra”. À base do trabalho braçal de escravos africanos, a Espanha e Portugal se tornam principais fornecedores 

1828 
O holandês Conrad Van Houten inventa uma máquina que extrai a manteiga do cacau. A parte restante é transformada em pó. A produção da bebida é industrializada. Surge o chocolate sólido, feito de manteiga, pó e massa de cacau 

1847 
A primeira barra comercializada em escala foi produzida pela companhia inglesa J. S. Fry & Sons, localizada em Bristol. Tinha sabor amargo e bruto. Anos depois, a empresa começa a vender a Fry’s Chocolate Cream Bar. Em 1873, inventa o ovo de Páscoa 

1891 
Surge a primeira fábrica de chocolates do Brasil, a Neugebauer, fundada por imigrantes alemães no Rio Grande do Sul 

1913 
Publicada pela Walter Baker & Company a primeira receita de “tabletes de baunilha”, um doce feito com manteiga de cacau, açúcar, leite e baunilha, depois batizada de “chocolate branco” (que de chocolate só tem o nome: a fórmula não leva cacau, apenas a gordura tirada da semente) 

1938 
Nasce o Diamante Negro. É batizado em homenagem ao artilheiro da Copa da França, o brasileiro Leônidas da Silva. Lançado o bombom Sonho de Valsa e, quatro anos depois, o Bis 

1937 
O poder energético e antidepressivo do chocolate é reconhecido pelo exército americano e começa a fazer parte da “ração D”, levada para a guerra pelos soldados 

1941 
Nos EUA, Forrest Mars lança o M&M’s, pastilhas de chocolate recobertas com uma camada de açúcar colorido. Ele tinha visto soldados espanhóis comerem algo parecido durante a Guerra Civil Espanhola. A Mars é a maior compradora de cacau do mundo 

1964 
O escritor britânico Roald Dahl cria o menino Charlie e os pequenos Oompa-Loompas com o livro A Fantástica Fábrica de Chocolate. A obra é levada às telas em 1971 por Mel Stuart, estrelada por Gene Wilder. Tim Burton apresentou a sua versão, com Johnny Depp como o doceiro Willie Wonka, em 2005 

1970 
Começa a fabricação brasileira de chocolate diet, para pessoas com diabetes. O sabor era muito ruim e só melhora a partir da década seguinte, com a combinação de novas substâncias para adoçar o cacau 

1985 
Chantal Fravre-Bismuth, toxicóloga do Hospital Fernand Vidal, em Paris, investigou as causas da chamada "chocolatemania". Ela estudou como os compostos químicos do produto que afetam o corpo humano. Segundo ela, a dopamina, a fenietilamina e 17 receptores de anfetaminas são responsáveis pelo desejo de comer chocolate

1997 
O artista brasileiro Vik Muniz, radicado em Nova York, lança quadros desenhados com chocolate derretido 

2005 
Pesquisadores da Universidade Di L' Aquila, na Itália, comprovam que o consumo de chocolate meio-amargo, com alto teor de flavonóides, tem o poder de reduzir a pressão sanguínea em pessoas com hipertensão 

2009 
Surge Le Whif, um tipo de chocolate inalável, que vem em uma embalagem parecida com uma carteira de cigarros. Vem em quatro sabores, livres de calorias


[ Fonte: Revista Galileu]

Brasil ?


Quando Pedro Álvares Cabral e seus homens chegaram à costa da atual Bahia, em 1500, não havia, claro nem Brasil nem brasileiros. Pode ser, como querem muitos historiadores, que outros tenham andado por ali antes, mas disso não ficou nenhum registro consistente. entre 1351 e 1500, os mapas europeus mostram o nome Brasil e variantes dele - Bracir, Bracil, Brazille, Bersil, Braxili, Bresilge - designando, em lugares diferentes, uma ilha ou até três, expressando um horizonte geográfico ainda mítico, como das ilhas afortunadas e tantas outras miragens que a prática navegadora e a experiência acabariam por dissipar. Assim, primeiro houve o nome, depois o lugar. Por curto tempo, ocorreu uma denominação que não vingou: Vera Cruz. Quando D. Manuel enviou os sogros, os reis católicos, uma carta narrando o achamento, em 1501, foi o nome Santa Cruz. Por fim, em 1512, começou a surgir o nome Brasil para designar em âmbito oficial a América portuguesa, tornando-se cada vez mais frequente daí em diante e consagrando-se oficialmente entre 1516 e 1530. 

Tudo indica ter sido João de Barros o fundador de uma tradição, perpetuada depois por outros autores, onde a luta entre Deus e o Diabo aparece identificada com o surgimento da colônia luso-brasileira. Conta o humanista que "Cabral chamou-a de Santa Cruz, homenageando o Lenho Sagrado e inscrevendo o sacrifício de Cristo na gênese da terra encontrada, que ficava assim toda ela dedicada a Deus, como a expressar as grandes esperanças na conversão dos gentios. Mas o demônio logo agiu para derrubá-la, pois não queria perder o domínio sobre a nova terra e trabalhou para que dominasse o nome da madeira comercial sobre o nome da madeira da cruz de Cristo".
No entanto, nas últimas décadas, vários historiadores mostram-se críticos ao uso do termo Brasil para referir-se a um período anterior ao século XIX. Argumento que seu uso remete à idéia de existência de uma unidade territorial e uma centralização política, ou seja, pressupõe a existência de um Estado propriamente dito,  algo que até então não existia, em seu lugar, recomendam o uso da expressão América portuguesa. 

[Fonte: Laura de Mello e Souza. "O nome do Brasil", In.: Revista Nossa História. Ano 1, nº 6,2004] 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Restos mortais de três inconfidentes são sepultados no dia 21 de abril


Restos mortais de três inconfidentes que também lutaram pela Independência foram enterrados em MG, depois de um minucioso trabalho de identificação.
Ismar Madeira - Jornal hojeOuro Preto, MG
 
Uma urna com centenas de pedaços de ossos misturados estava numa igreja de Ouro Preto. Os fragmentos foram analisados por uma equipe da Unicamp. O trabalho de pesquisa e identificação levou quase 20 anos.
Muito antes essas ossadas estavam em urnas enterradas por uma comunidade indígena na Guiné Bissau. Na década de 30, elas foram trazidas da África para o Brasil. Os pesquisadores acreditam que são restos mortais de três inconfidentes: Domingos Vidal Barbosa Lage, José de Resende Costa e João Dias da Mota. Condenados pela Coroa Portuguesa, eles morreram no exílio, no fim do século 18.
“Através de todas essas informações e depois exames técnicos que nós empregamos, estudando pecinha por pecinha, depois através das densitometria óssea e aquela verificação, eu posso dizer a você que 98% a 100% são eles”, explica o professor da Unicamp, Eduardo Daruge.
A equipe da Unicamp conseguiu reconstituir o crânio do inconfidente José de Resende Costa - a primeira e única face desses inconfidentes exilados. Depois de todo esse trabalho, as ossadas foram trazidas para Ouro Preto, em um dia especial. A transferência simbólica da capital de Minas Gerais para a cidade e as comemorações do dia de Tiradentes.
Os restos mortais foram sepultados ao lado das lápides de outros 13 companheiros. A solenidade foi acompanhada pela presidente Dilma Roussef. Ela é uma das 240 pessoas homenageadas durante a cerimônia.

Auto da Devassa


"Portanto condenam ao réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi da tropa paga da capitania de Minas Gerais, a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra de morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde em lugar público será pregada em poste alto até que o tempo a consuma; e o seu corpo será dividido em quatro quartos e pregado em postes, pelos caminhos de Minas, no sítio da Varginha e das cebolas, onde o réu teve suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações até que o tempo também o consuma; declaram o réu infame, e seus filhos e netos, tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique e, não sendo própria, será avaliada e paga ao seu dono pelos bens confiscados e no mesmo chão se levantará um padrão, pelo qual se conserve também a memória desse abominável réu."

Leitura da sentença, do pintor Eduardo de Sá.
Trecho do "Auto da Devassa" da Conuração Mineira, a condenação de Tiradentes. 

domingo, 17 de abril de 2011

TODOS PELA EDUCAÇÃO LANÇA CAMPANHA DE VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR

Um bom professor, um bom começo" mostra que o docente é peça chave para a melhoria da Educação

 
Todos Pela Educação lança campanha de valorização do professor
  
Reprodução
Da Redação do Todos Pela Educação
O Todos Pela Educação lançou, nesta terça-feira (12), uma nova campanha de mobilização. Desta vez, o foco é a valorização do magistério e o slogan é “Um bom professor, um bom começo”. “O objetivo é a valorização do bom professor, aquele que tem o foco no aprendizado de seus alunos e que, assim, contribui efetivamente para a melhoria da qualidade da Educação no Brasil”, afirma Priscila Cruz, diretora-executiva do movimento.
Mas qual deve ser a maneira para valorizar os bons professores? Para Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento, essa valorização passa necessariamente por quatro eixos: “salário inicial atraente, plano de carreira, formação inicial e continuada e boas condições de trabalho”.

VEJA O VÍDEO ABAIXO
 

“Sem bons professores não teremos bons médicos, bons economistas, bons engenheiros e nem mesmo outros bons professores. Valorizar os bons professores é uma lição de casa que todos nós precisamos fazer”, diz Mozart.
Conceito da campanha
A campanha foi produzida pela DM9DDB, do grupo ABC e é composta por uma animação em stop motion para TV, anúncios para jornais e revistas, banners para internet e spots de rádio.
A animação e as peças da campanha seguem o mesmo conceito: em todas as conquistas, sejam elas grandes ou pequenas, existe a figura e o suporte de um bom professor em algum momento.
“Para traduzir a importância do ensino de uma forma lúdica, criamos anúncios que conversam com todos os públicos, passando por alunos, pais e professores, mostrando como o bom professor é essencial para formar um bom aluno”, comenta André Pedroso, diretor de criação da DM9DDB.
“A ideia é que as pessoas reflitam sobre a importância de um bom professor em suas vidas. Aquele que ajudou no aprendizado, que auxiliou na opção da carreira, que ensinou valores importantes. Todos esses profissionais contribuem efetivamente para a concretização do direito de aprender de todas as crianças e jovens”, aponta Priscila.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sete maravilhas do mundo antigo: O Colosso de Rodes


Fonte: site da Revista Aventuras na História 

Personalidades históricas: William Shakespeare

Poeta nacional da Inglaterra e maior dramaturgo da literatura universal, Shakespeare escreveu suas obras para um pequeno teatro de repertório, no final do século XVI e início do XVII. Quatrocentos anos mais tarde, suas peças ainda encantavam platéias em todo o mundo e eram mais freqüentemente encenadas do que as de qualquer outro autor teatral.
William Shakespeare
William Shakespeare nasceu em Stratford-upon-Avon, Warwickshire, onde foi batizado em 26 de abril de 1564. Seu aniversário era tradicionalmente comemorado em 23 de abril. Fez seus primeiros estudos provavelmente na cidade natal e, aos 18 anos, casou-se com Anne Hathaway, com quem teve três filhos. Suas atividades durante o decênio seguinte permanecem obscuras, pois a primeira referência a seu prestígio como dramaturgo data de 1592. Provavelmente escrevia para o teatro desde três anos antes.
Shakespeare publicou, no início da carreira, dois poemas narrativos em estilo renascentista -- Venus and Adonis (1593) e Lucrece (1594) -- e os Sonnets (1609), 154 sonetos que, escritos provavelmente entre 1593 e 1600, figuram entre as mais belas e importantes obras em língua inglesa. Há inúmeras evidências de que logo conquistou sucesso e fortuna com o teatro. Em 1594, era membro destacado da companhia de teatro de Lord Chamberlain, que atuava na melhor sala de espetáculos de Londres, o Globe Theatre. Supõe-se que, a partir de 1600 e durante 13 anos, Shakespeare devotou-se integralmente à dramaturgia e escreveu obras teatrais da mais alta qualidade.
Obra e identidade. A obra de Shakespeare constitui-se basicamente de textos dramáticas. Os dramaturgos da época invariavelmente vendiam suas peças a alguma companhia teatral que, como proprietária, esforçava-se por manter a exclusividade sobre as obras, garantindo a exploração de uma obra enquanto ela atraísse o público. Por isso, eram raras as publicações autorizadas dos textos e o que se podia encontrar eram cópias piratas, ditadas por ex-integrantes das companhias ou anotadas precária e dissimuladamente durante os espetáculos. Algumas poucas edições provêm de manuscritos originais, em geral confeccionadas para competir com versões de má qualidade do mesmo texto, já em circulação.
O desaparecimento dos originais manuscritos legou aos pesquisadores uma multiplicidade de versões discordantes das obras, que se tornaram objeto de inumeráveis estudos críticos e polêmicas. Cerca de metade dos textos foi publicada em vida do autor. A primeira coletânea surgiu somente em 1623, anos depois de sua morte, cercada de controvérsias quanto à cronologia das obras e, conseqüentemente, quanto à evolução literária e ideológica do autor.
Os escassos dados obtidos sobre a formação cultural de Shakespeare, sua origem relativamente modesta e a obscuridade em que viveu, levaram uma parte dos estudiosos a pôr em dúvida a autoria das peças. Segundo os defensores dessa idéia, a familiaridade manifesta na obra com os assuntos mais diversos -- línguas, literatura, leis, história, política, geografia, além dos hábitos e linguajar da corte -- seria incompatível com a história pessoal de Shakespeare. O fato de nenhum de seus manuscritos ter sobrevivido foi considerado uma evidência de que teriam sido propositalmente destruídos, para ocultar a identidade do verdadeiro autor.
Os textos foram atribuídos a nobres ingleses que, por questões familiares, não desejariam envolver-se publicamente com o teatro. Não foi possível, todavia, fundamentar tais suspeitas, já que pelo menos cinqüenta pessoas contemporâneas de Shakespeare referiram-se a ele como autor e não deixaram um único testemunho que levantasse dúvidas quanto a isso.
A partir do século XVIII, o conhecimento sobre os textos shakespearianos aumentou muito. Em 1871, foi publicado o primeiro volume das edições Variorum, que pretendia apresentar todas as versões e emendas conjecturais feitas até então. A série ficou incompleta, mas as pesquisas prosseguiram, não somente sobre o texto, mas também sobre as condições de produção das edições elisabetanas, a identificação dos funcionários responsáveis pela composição e revisão e seus erros mais freqüentes, a leitura comparativa de outros autores ingleses da época e outras investigações que pudessem elucidar as dúvidas.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sete maravilhas do mundo antigo: Mausoléu de Halicarnasso.


Fonte: site da Revista Aventuras na História | 

Conheça a Organização das Nações Unidas - ONU


Conciliando os interesses particulares de cada estado, as Nações Unidas tentaram criar uma ordem mundial baseada no acordo e na cooperação. Embora seus objetivos pacificadores e humanitários nem sempre tenham sido atingidos, as conquistas da organização em diversos campos das relações internacionais têm contribuído para amenizar a desigual distribuição do poder e da riqueza entre os países.
A Organização das Nações Unidas (ONU) é a organização internacional fundada em 1945 com o objetivo de manter a paz e a segurança internacionais; estabelecer relações cordiais entre as nações do mundo, obedecendo aos princípios da igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos; e incentivar a cooperação internacional na resolução de problemas econômicos, sociais, culturais e humanitários. Apesar do sentido democrático e universalista que orienta seus objetivos e princípios, o poder de veto atribuído aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança impediu muitas vezes uma ação eficaz nos conflitos bélicos ocorridos depois da segunda guerra mundial.
A evolução histórica das Nações Unidas foi determinada durante quase meio século pela "guerra fria" e pela rivalidade entre os dois grandes blocos econômico-políticos então existentes: o capitalista e o socialista. Essa situação perdurou durante aproximadamente meio século, ou seja, até a dissolução da União Soviética, no início da década de 1990.

Formação da ONU.
A antecessora imediata das Nações Unidas foi a Liga das Nações, constituída em 28 de abril de 1919 na Conferência de Versalhes. Seu objetivo era solucionar as disputas internacionais mediante o arbítrio de um organismo coletivo e não pelo equilíbrio militar entre as potências, como ocorrera na Europa desde a paz de Vestfália, em 1648, até a primeira guerra mundial.
Essa organização teve pouca eficácia no cumprimento de sua missão devido à ausência dos Estados Unidos, da União Soviética (até 1934) e de outras potências, e ao apogeu da exaltação nacionalista em estados como Itália, Alemanha e Japão, cujos atos de expansionismo provocaram a deflagração da segunda guerra mundial. A Liga das Nações dissolveu-se formalmente em 18 de abril de 1946, quando cedeu seus organismos à ONU.
Durante a segunda guerra mundial, usou-se o nome de Nações Unidas para designar os países aliados contra a Alemanha, Itália e Japão. Mais tarde, adotou-se como nome da organização mundial que surgiu do acordo entre os vencedores. O primeiro documento internacional para a cooperação pacífica foi a Carta do Atlântico, de agosto de 1941, pela qual os Estados Unidos e o Reino Unido se comprometiam, entre outras coisas, a renunciar a conquistas territoriais e a favorecer o comércio e a navegação mundiais.
A Declaração das Nações Unidas, assinada por 26 estados em 1º de janeiro de 1942, expressava a vontade das potências aliadas de não firmar nenhum armistício em separado. O primeiro passo para o estabelecimento de uma organização permanente foi a Conferência de Dumbarton Oaks, reunião de especialistas em diplomacia dos Estados Unidos, do Reino Unido, da União Soviética e da China, em que se trataram, de 21 de agosto a 7 de outubro de 1944, tanto dos objetivos fundamentais como dos procedimentos e do sistema de votações e vetos.
Na Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional, reunida em San Francisco, nos Estados Unidos, em 25 de abril de 1945, redigiu-se a Carta das Nações Unidas, que foi assinada em 26 de junho e entrou em vigor em 24 de outubro do mesmo ano, firmada por 51 estados: os 26 que haviam assinado a Declaração das Nações Unidas, outros vinte que haviam declarado guerra às potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) antes de março de 1945 e mais cinco que foram admitidos durante a conferência.
A conferência de San Francisco foi a primeira assembléia internacional da história moderna que não transcorreu sob o domínio de nações européias. Não só se realizou em lugar geograficamente distante da Europa, como contou somente com a participação de nove estados continentais europeus, além da União Soviética. Todas as regiões do mundo estiveram representadas: 22 nações americanas, sete estados do Oriente Médio, seis nações da Comunidade Britânica de Nações, três repúblicas soviéticas, duas nações do Extremo Oriente e duas nações africanas, além dos nove estados europeus já assinalados. Ao longo da segunda metade do século XX, a organização ampliou-se com numerosos estados da Ásia, África e Oceania, que nessa época se tornaram independentes.
Sede da ONU em Nova York - E.U.A.
A organização não se propôs constituir um "superestado" ou um governo mundial, mas sim pôr em ação um sistema de segurança coletiva, fundamentado na cooperação voluntária de seus membros. Cada um dos estados-membros continuou sendo plenamente soberano, sem que a organização, como tal, tivesse competência nos assuntos pertencentes à jurisdição interna dos estados.
Aos 51 estados fundadores da ONU, entre os quais o Brasil, outros aderiram ao longo dos anos, principalmente a partir da nova ordem mundial decorrente da descolonização. Em meados da década de 1990, o organismo contava com 185 estados-membros.

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