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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Arqueólogos encontram caixa dos tempos do Império no Rio de Janeiro



A caixa foi encontrada em meio às obras de recuperação da Zona Portuária do Rio de Janeiro, e com um tesouro histórico que pesquisadores da Biblioteca Nacional estão tentando recuperar.
André CurvelloRio de Janeiro - RJ

Arqueólogos encontraram uma caixa em meio às obras de recuperação da Zona Portuária do Rio de Janeiro, e com um tesouro histórico que pesquisadores da Biblioteca Nacional estão tentando recuperar.
Fugiu da Rua dos Pescadores, número 35, o escravo Jerônimo. O anúncio estava nos classificados de um jornal de 1871. Hoje, o pedacinho de papel faz parte do quebra-cabeça que a equipe da Biblioteca Nacional tenta montar.
Os pesquisadores dizem que as páginas são de três jornais diferentes; dois ainda desconhecidos, e o diário oficial do Império. Os papéis estavam em uma caixa.
Cápsulas do tempo já foram comuns em grandes obras. Era tradição colocar dentro da pedra fundamental algum material que identificasse a época da construção. Como as velhas mensagens em garrafas que viajavam pelo mar na esperança de que alguém as encontrasse, a cápsula do tempo também viaja pelas décadas, pelos séculos. Muitas delas cumprem o seu papel.
A caixa estava dentro de um bloco de granito, a pedra fundamental da companhia Docas Pedro II, onde eram armazenados os produtos que chegavam pelo mar. Mesmo já modificado, o prédio permanece de pé.
Feita de madeira por fora e de chumbo por dentro, a cápsula do tempo foi encontrada cheia d’água. Os jornais pareciam uma massa de papel, de tão destruídos.
Veio a fase de recuperação. O material agora vai passar por uma etapa de limpeza. Depois, os espaços perdidos serão preenchidos com um papel produzido na própria Biblioteca Nacional.
Os jornais chegaram a ser levados para a Universidade de São Paulo, onde foram esterilizados. Na volta, uma surpresa.
“Até então, a maçaroca estava fechada, o jornal estava fechado, compacto, impossibilitando ver o que tinha dentro. Quando voltou de São Paulo, observamos que tinham umas moedas. Eram nove moedas. E duas parecem ser de ouro”, revela Fernando Menezes Amaro, do Laboratório de Restauração da Biblioteca Nacional.
Mil réis, 500 réis, 200 réis. Tem valor simbólico. Um golpe de sorte. O cara ou coroa da história.
Fonte: G1

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