Uma urna com centenas de pedaços de ossos misturados estava numa igreja de Ouro Preto. Os fragmentos foram analisados por uma equipe da Unicamp. O trabalho de pesquisa e identificação levou quase 20 anos.
Muito antes essas ossadas estavam em urnas enterradas por uma comunidade indígena na Guiné Bissau. Na década de 30, elas foram trazidas da África para o Brasil. Os pesquisadores acreditam que são restos mortais de três inconfidentes: Domingos Vidal Barbosa Lage, José de Resende Costa e João Dias da Mota. Condenados pela Coroa Portuguesa, eles morreram no exílio, no fim do século 18.
“Através de todas essas informações e depois exames técnicos que nós empregamos, estudando pecinha por pecinha, depois através das densitometria óssea e aquela verificação, eu posso dizer a você que 98% a 100% são eles”, explica o professor da Unicamp, Eduardo Daruge.
A equipe da Unicamp conseguiu reconstituir o crânio do inconfidente José de Resende Costa - a primeira e única face desses inconfidentes exilados. Depois de todo esse trabalho, as ossadas foram trazidas para Ouro Preto, em um dia especial. A transferência simbólica da capital de Minas Gerais para a cidade e as comemorações do dia de Tiradentes.
Os restos mortais foram sepultados ao lado das lápides de outros 13 companheiros. A solenidade foi acompanhada pela presidente Dilma Roussef. Ela é uma das 240 pessoas homenageadas durante a cerimônia.
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