" História, o melhor alimento para quem tem fome de conhecimento" PPDias

domingo, 15 de maio de 2011

Armas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

Durante a Primeira Guerra, a produção bélica entrou na fase industrial. Conheça alguns destaques
por Fabiano Onça

A Primeira Guerra Mundial teve uma característica marcante em relação a todas as guerras anteriores: foi um campo inigualável de provas. Ali emergiram novas doutrinas, que perduraram por todo o século 20, como o uso intensivo de granadas, o uso de morteiros para acossar posições fortificadas e o emprego de metralhadoras leves para acompanhar os assaltos da infantaria. Acima de tudo, foi um marco na produção de armas em larga escala, de forma industrial.

Metralhadora Lewis
O que era - Esta metralhadora ligeira, feita para apoiar os pelotões em avanço, foi inventada em 1911 pelo coronel americano Isaac Newton Lewis, autor de várias invenções militares. Entretanto, o Exército americano não foi o primeiro a utilizá-la: a arma passou antes pelos belgas e, principalmente, pelos britânicos, que a usaram extensivamente, até substituírem-na pela Bren.
Por que foi importante - A Lewis tinha uma grande vantagem operacional no campo de batalha: pesava 12,7 kg, metade do peso da metralhadora padrão inglesa, a Vickers. Outra vantagem é que, embora idealmente necessitasse de uma dupla, podia ser operada sozinha. Seu custo de produção era um sexto do da Vickers. Não à toa, a arma passou a ser colocada também em tanques e aviões.

Ficha técnica
Peso: 12,7 kg
Comprimento: 96,5 cm
Calibre: .303 polegadas
Ação: operada a gás
Alimentação: tambores de 47 ou 97 cartuchos
Taxa de fogo: 550 tiros por minuto
Velocidade do projétil: 746 m/s

Granada de mão “nº 5”
O que era - Virou um dos maiores ícones da guerra moderna. Projetada por William Mills, em 1915, foi adotada imediatamente pelo Exército britânico. Podia ser tanto arremessada quanto lançada de um rifle, com o auxílio de um “copo” acoplado à boca da arma e o uso de um cartucho vazio para impulsão.
Por que foi importante - Calcula-se que foram produzidas 75 milhões de unidades dessa arma em sua longa existência (permaneceu em uso pelo Exército britânico até 1972). A razão do sucesso estava na sua simplicidade de uso e na eficiência – ela “funcionava” bem, mesmo detonando após longos 7 segundos.

Ficha técnica
Carga explosiva: baratol
Peso: 0,45 kg
Detonador: tempo
Delay: 7 segundos (esse tempo foi posteriormente reduzido para 4 segundos)

Bombardeiro Gotha G
O que era - Operado por um piloto e dois artilheiros, o germânico Gotha foi um dos primeiros bombardeiros pesados a enfrentar serviço constante durante a Primeira Guerra Mundial.
Por que foi importante - A despeito de sua lentidão, de não conseguir manter o vôo em caso de pane de um dos motores e de sua relativa vulnerabilidade (principalmente contra ataques no ventre), os Gotha inauguraram a era do “terror aéreo”, ao realizar várias sortidas contra Londres. As tropas britânicas também sofreram com seus bombardeios no front. Seus dois motores emitiam um barulho característico, apelidado pelas tropas britânicas de “Gotha hum”.

Ficha técnica
Tripulação: 3
Comprimento: 12,4 m
Envergadura: 23,7 m
Altura: 4,5 m
Peso (sem carga): 2,7 ton
Peso (carga máxima): 3,9 ton
Motor: 2x Mercedes D IV, de 260 hp cada
Velocidade máxima: 140 km/h
Autonomia: 840 km
Teto: 6 500 m
Armamento: 2 a 3x 7.92 metralhadoras Parabellum LMG 14

Morteiro Minenwerfer 7.58 cm
O que era - Um morteiro alemão para uso da infantaria, esta versão entrou em serviço em 1916, junto com seus irmãos “maiores” (calibres de 17 e 25 cm). As rodas eram utilizadas apenas para transporte, sendo retiradas durante o uso.
Por que foi importante - Foi o terror das trincheiras aliadas, uma vez que morteiros eram muito mais eficientes do que canhões na devastação de posições defensivas, por causa da trajetória em parábola do projétil. Seu uso foi consagrado pelos alemães, que tiraram lições da guerra nipo-russa em Port Arthur, 1904. Ali, os alemães perceberam que canhões não faziam grandes estragos em fortificações.
Ficha técnica
Peso do projétil: 4,6 kg
Calibre: 76 mm
Elevação: +45º a +78º
Taxa de fogo: 6 projéteis por minuto
Alcance efetivo: 300 a 1 300 metros
Velocidade: 90 metros por segundo

Luger
O que era - Projetada pelo engenheiro austríaco Georg Luger no final do século 19, era uma pistola semi-automática, utilizada pelo oficialato alemão durante a Primeira Guerra. A arma também era empregada por militares que não tinham como portar rifles – como era o caso dos pilotos de aviões.
Por que foi importante - Era uma arma confiável e certeira, fruto do alto padrão de acabamento. No total, foram produzidas mais de 2 milhões de unidades, mas sempre “estava em falta”, dada sua popularidade. Sua fama atravessou as linhas: os soldados aliados tinham um verdadeiro fetiche por esse troféu de guerra.
Ficha técnica
Peso: 0,87 kg
Comprimento: 22 cm
Calibre: 7,65 mm ou 9 mm
Alimentação: tambor com 8 cartuchos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Veja também:

Related Posts with Thumbnails