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sábado, 9 de junho de 2018

Como eram as minas de carvão na Revolução Industrial?

As jornadas de trabalho chegavam a 14 horas e crianças de até 5 anos eram usadas para abrir túneis profundos


Eram galerias subterrâneas exploradas nos séculos XVIII e XIX para abastecer a indústria inglesa que estava nascendo. Extraindo cerca de 100 milhões de toneladas de carvão por ano, a Inglaterra trocou o esforço humano por locomotivas, teares e máquinas de fiação, impulsionando a Revolução Industrial. As minas de carvão não são apenas consequência da Era das Máquinas mas também uma causa. Nas primeiras jazidas, usavam-se bombas de água para retirar a água que se acumulava. “Essa tecnologia rudimentar foi adaptada pelo escocês James Watt para os teares, criando seu motor a vapor, que desencadeou a revolução”, diz José Jobson de Andrade Arruda, especialista em história econômica, da Unicamp.


1) Força animal
Apesar de abastecer as máquinas da Revolução Industrial, as minas contavam com pouca tecnologia. Pôneis e mulas, animais baixos e resistentes, puxavam pequenos vagões cheios de carvão e moviam elevadores. Uma mina de tamanho médio tinha cerca de 50 animais trabalhando

2) Carga explosiva
Para abrir túneis e extrair o carvão da terra, os mineiros usavam dinamite – criada graças à invenção chinesa da pólvora, que chegou à Europa no século 16. Vigas de madeira sustentavam galerias com pouco mais de 1 m de altura. A profundidade total de uma mina chegava a 400 m

3) Enterrados vivos
Umidade, calor e gases gerados pela queima de lampiões deixavam o ambiente insuportável, colocando a vida dos mineiros em risco. Além disso, erros na dosagem da dinamite ou problemas na estrutura que sustentava as paredes transformavam a mina, com frequência, em sepultura

4) O buraco é mais embaixo
O fosso pelo qual passavam o elevador e a mangueira da bomba que retirava o excesso de água servia como referência espacial. Para ele, convergiam as principais galerias, equipadas com trilhos para o transporte do carvão mineral extraído

5) Despertar violento
Assim como na maioria das fábricas do século 18, os castigos corporais eram frequentes. A função da chibata não era punir, mas manter o trabalhador acordado durante o extenso expediente, que chegava a 14 horas diárias

6) Sobrevivendo no inferno
Quanto mais os mineiros se aprofundavam na terra, mais o termômetro subia. A partir dos 300 m de profundidade, a temperatura subia 1o oC a cada 33 m. O ar intoxicado das galerias provocava uma inflamação nos pulmões que ficou conhecida como “doença negra”

7) Trabalho infantil
Túneis profundos eram mais difíceis de abrir. Nesse caso, fazia-se um pequeno buraco e colocava-se uma criança, de 5 a 7 anos, para escavá-lo. Para recolher o carvão extraído, o pequeno funcionário levava um carrinho amarrado ao pé.

Por Maria Carolina Maia

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